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Falcon Pro: um bom exemplo do problema da pirataria no Android

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O Android é muito fácil de ser pirateado, e todo mundo sabe disso. E não falo de piratear um aplicativo, mas sim da facilidade com que qualquer usuário pode instalar um aplicativo pirata em seu smartphone. Pode parecer uma obviedade para você que está lendo esse texto, e quando falamos em “fácil”, muitos não imaginam o quão fácil é. Todos aqueles que afirmavam que os desenvolvedores preferiam o iOS por causa da segurança que a Apple oferecia (e impunha) ao seu sistema não estavam fazendo discursos exagerados.

O iOS é um sistema mais complexo no quesito pirataria, mas para mentes mais habilidosas, pode ser um processo bem simples. Bastava fazer um jailbreak no aparelho, instalar o Cydia, buscar um bom repositório de aplicativos e add-ons, buscar tal repositório que permite a instalação desses aplicativos, baixar todos eles no iTunes, sincronizar tudo e pronto. Viu como é fácil? Até aquela sua tia sessentona consegue fazer! #SóQueNão.

Pode ser fácil para mim. Pode ser fácil para você. Mas para a grande maioria que só quer ter um iPhone, é uma missão complicada. Na verdade, quase impossível se comparado com a moleza que é o Android, que permite a instalação de aplicativos de “origens desconhecidas” com um simples download. Isso sim é fácil. É um método democrático para qualquer tipo de usuário.

Democrático… e perigoso.

Esse é o principal motivo que os desenvolvedores de aplicativos custam a levar as suas soluções para o Android. A maioria decide lançar primeiro para o iOS, que é onde espera conseguir o dinheiro para pagar esse desenvolvimento (e as pizzas com Coca-Cola consumidas durante o processo), para só depois portar o app para o Android, com um preço muito reduzido ou de graça (com a ajuda da publicidade embarcada nos aplicativos, algo que é simplesmente detestável).

Pois bem, agora temos o Falcon Pro, desenvolvido por Joaquin Vergès. Esse é um dos melhores aplicativos para a utilização do Twitter no Android. Cheio de funções e recursos, ele se tornou rapidamente um dos aplicativos fundamentais para todo e qualquer usuário Android. Mas… quanto você pagaria por um aplicativo bem feito, com um desenvolvedor motivado, que lança rápidas e frequentes atualizações, e que perguntava aos usuários o que eles queriam ver no programa?

Para começar a responder essa pergunta, o seu equivalente para o iOS (o Tweetbot), custa menos de R$ 10, o que é um valor razoável para algo que vou usar bastante. Pois bem, o Falcon Pro custava menos de R$ 3, e mesmo assim, foi pirateado por mais de 60 mil usuários.

Joaquim comentou na sua conta no Twitter que o problema não é tanto a pirataria, mas sim que esses 60 mil usuários usam tokens que o Twitter oferece para cada aplicativo que usa a sua API. Cada app tem um limite de 100 mil tokens, ou seja, no caso do Falcon Pro, apenas 40% dos tokens disponíveis foram para usuários legítimos. Isso pode ser um absurdo, por outro lado, o Twitter é uma empresa que controla os seus produtos da forma como lhe convém.

O que não é normal é que um produto seja lançado por um preço muito razoável, que levou o tempo e dinheiro do desenvolvedor, e por causa de todas as facilidades (perigosas) do Google, alguns usuários ainda queiram piratear o software. E isso é ruim para todos: para os usuários que pagaram (ou não adquiriram) de forma legal, e para o desenvolvedor, que tem que perder o seu precioso tempo protegendo o aplicativo. A medida é meio surreal para um software que custa menos que um lanche no McDonald’s, mas é necessária, uma vez que temos um grupo de usuários que pensa mais no “jeitinho de se dar bem”.

Eu sou um daqueles que reclamou abertamente sobre os preços dos softwares para computadores, principalmente no caso da Microsoft. E hoje, tenho todos os meus softwares originais, uma vez que os preços reduziram um pouco (não são os ideais, mas já consigo pagar). No caso dos aplicativos móveis, é mais fácil ainda. Temos uma gama de produtos e ótimas ferramentas que custam muito barato (principalmente se você levar em conta que comprou um smartphone que, em alguns casos, custa R$ 2.000 pra cima). Comprei e compro aplicativos não só para incentivar desenvolvedores, mas porque quero garantir um bom suporte e uma estabilidade nas futuras atualizações.

Agora, se você pensa na teoria do “por que pagar, se eu posso ter de graça?”, eu lamento… mas você está fazendo errado!


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@oEduardoMoreira