Início » Cinema e TV » Fandoms tóxicos colocam Hollywood sob ameaça

Fandoms tóxicos colocam Hollywood sob ameaça

Compartilhe

Tem uma geração de pessoas completamente idiotas, que acreditam que são “fãs” de cultura nerd, que não entenderam absolutamente nada com as histórias que acompanharam a vida inteira, e que agora se reúnem para pregar a cultura de cancelamento com tudo o que é diferente de suas convicções pessoais.

O comportamento tóxico dessas pessoas afetou de forma decisiva grandes franquias como “Star Wars” e o spin-off de “O Senhor dos Anéis”, materializado na série “Os Anéis do Poder”. A situação é tão crítica, que os estúdios e atores estão estabelecendo estratégias para lidar com os ataques online.

E… não… eu não estou falando da vontade da maioria. Falo do ruído da minoria.

 

Um fandom tóxico que não para de crescer

Um dos casos mais recentes veio com o anúncio de cancelamento da série “The Acolyte” e reação da atriz Amandla Stenberg diante do comportamento do coletivo à decisão.

A atriz destaca como a série enfrentou preconceito desde seu anúncio, refletindo o impacto de fandoms tóxicos na produção e até no seu cancelamento na primeira temporada.

Motivo: ela era uma pessoa negra, e para os idiotas de plantão, negros e mulheres com protagonismo em “Star Wars” simplesmente não podem existir.

De acordo com os imbecis, oferecer protagonismo para negros e mulheres é apoio à cultura “woke”. E essa “lacração” seria o principal motivo para a crise atual no mundo do entretenimento.

Fato é que o fandom tóxico está crescendo, perigosamente. A crítica ultrapassa a insatisfação e se transforma em campanhas de ódio e preconceito, prejudicando a manutenção de projetos e algumas franquias.

Os estúdios não querem lidar com esse discurso violento de cancelamento pela promoção de diversidade, e séries promissoras estão sob ameaça por causa do barulho de adultos que não toleram o mundo em transformação.

 

Outros casos de bombardeio de críticas

Séries aclamadas pela crítica como “House of the Dragon” e “The Last of Us” enfrentaram ataques por incluir representações LGBTQIA+, refletindo o extremismo de alguns grupos de fãs.

Alguns ataques às produções acontecem antes mesmo das séries estrearem oficialmente, o que reforça a ideia de “pré=-concepção estabelecida” a partir dos estereótipos e discursos de ódio contra determinados grupos.

Projetos como “Bridgerton” e “Os Anéis do Poder” foram alvos de ódio antes de suas estreias devido à diversidade no elenco.

E o grande problema aqui é o mesmo que se aplica a outros campos de nossa sociedade: os bons até podem ser a maioria, mas se calam diante do discurso dos intolerantes.

Apesar de ser uma minoria barulhenta, os fãs tóxicos têm um megafone ampliado pelas redes sociais, tornando suas críticas mais visíveis.

O barulho gerado pelo fandom tóxico é desproporcional. É um grupo que consegue ser ouvido pela insistência e intensidade do discurso, e encontra engajamento pelos seus iguais.

 

A resposta dos estúdios

Muitos estúdios optam por ignorar os ataques e dar visibilidade às vozes positivas, embora algumas mudanças em projetos sejam feitas com base no feedback dos chamados “superfãs”.

Tal decisão é perigosa, pois mata os propósitos criativos e ameaça a promoção dessa diversidade e inclusão que é mais do que necessária para a cultura pop e para o coletivo como um todo.

Para proteger atores, os estúdios assumem o controle em suas contas ou removem informações pessoais, evitando doxxing e ameaças mais graves, tal e como já aconteceu em algumas oportunidades.

Já alguns grandes estúdios como Lucasfilm e Amazon responderam diretamente a ataques racistas, condenando o comportamento tóxico e defendendo a diversidade nas produções.

E essa postura é vista como um ato de coragem de grandes corporações que precisam alcançar o lucro, e correm os riscos de perder parte da audiência por defender tais valores.

Algumas dessas ações em reação ao fandom tóxico resultou em efeitos positivos para algumas produções.

Por exemplo, as redes sociais da série “Os Anéis do Poder” tiveram uma diminuição na hostilidade ao permitir que os fãs se engajassem com o conteúdo após a estreia.

Já os atores tomam medidas defensivas para não se envolver com o ambiente tóxico das redes sociais. Por exemplo, Elizabeth Olsen opta por se distanciar das redes sociais para se protegerem das críticas e manterem foco em experiências positivas com os fãs.

De qualquer forma, para quem é membro de uma das minorias que os estúdios tentam promover com diversidade e inclusão, o mundo é bem mais problemático e perigoso.

Pensar que um grupo de pessoas não entendeu as histórias que acompanhou por décadas é algo decepcionante.

Mas não podemos cobrar das pessoas algo além do que os seus olhos conseguem alcançar.


Compartilhe