Press "Enter" to skip to content
Início » Gadgets » Faz sentido a Nokia competir com a Microsoft no mercado de tablets?

Faz sentido a Nokia competir com a Microsoft no mercado de tablets?

Compartilhe

klil

Agora que o tablet Nokia Lumia 2520 foi lançado, essa é uma pergunta que muitos estão se fazendo: qual é o sentido da Nokia competir com a Microsoft no mercado de tablets com Windows RT 8.1? Ainda mais depois do anúncio da compra da fabricante finlandesa pela gigante norte-americana. Teria a Nokia com alguma boa carta por baixo da manga, que diferenciaria o seu dispositivo no mercado? Tem (e falo disso mais adiante), mas mesmo assim… faz sentido essa “competição”?

Para montar esse quebra-cabeças, temos que voltar um pouco no tempo, para o mês de setembro de 2013, quando a Microsoft anunciou a compra das divisões de dispositivos e serviços, além das licenças e patentes da Nokia. No anúncio oficial, estava confirmado que o acordo estaria concluído no começo de 2014, mais precisamente quando Steve Ballmer anunciar o seu substituto no posto de CEO da Microsoft.

Coincidência? Estou duvidando.

Muito foi especulado sobre o que iria acontecer com a família de smartphones Nokia Lumia com o sistema operacional da Microsoft. Se a maca da Nokia seria removida, se o nome seria trocado, ou diversas teorias que ainda são levantadas, mas sem nenhuma confirmação oficial.

Para o caso da telefonia, ainda que existam algumas dúvidas, já está mais ou menos claro o que vai acontecer (a Microsoft val iniciar a sua produção de smartphones com a marca Lumia, mas sem o selo da Nokia). Porém, com a parte dos tablets, poucos pensaram como a Nokia estava trabalhando nesse aspecto. Para muitos, pode fazer pouco sentido rivalizar com a empresa que comprou a sua marca, ainda mais em um mercado onde o que você mais precisa é ter menos rivais no seu caminho.

A Nokia lançou o seu tablet com a nova versão do Windows RT, se mostrando otimistas com o sistema operacional trabalhando com os processadores ARM. Porém, eles fazem isso dias depois que a Microsoft lançou a segunda versão dos dispositivos Surface, que bem ou mal estão melhores posicionados no mercado, e que oferecem melhorias técnicas em relação à primeira geração.

Entre as muitas perguntas que passam pela cabeça, é preciso também questionar por que a Nokia não esperou o fim do acordo de compra com a Microsoft para lançar um tablet já com o crivo da empresa norte-americana. Ou por que não deixou o Surface em uma exclusvidade praticamente absoluta, já que só a Microsoft oferecia um tablet com Windows RT.

Uma das possíveis respostas que dão sentido à este cenário criado é o fato que, para a Microsoft, a continuidade no mercado do Windows RT é muito mais importante do que o sucesso do seu próprio tablet. É uma difícil escolha, pois parece estar bem claro que, por mais que a Microsoft queira seguir apostando nessa arquitetura, os consumidores finais olham justamente para o outro lado.

A entrada da Nokia nesse mercado (que já é muito reduzido), que se caracteriza por ter a possibilidade de vender dispositivos mais baratos com um aumento considerável na duração de bateria, poderia ser um sopro de ar fresco, já que milhares de consumidores se sentiriam atraídos simplesmente pelo potencial das ideias que a Nokia está gerando nos últimos meses.

Por outro lado, a estratégia da Nokia/Microsoft pode parecer desesperada, com o objetivo de salvar uma ideia que, desde o começo, não deu certo (a ideia, nesse caso, é o Windows RT). Provavelmente um dos mais duros golpes que o Windows RT recebeu foi a aparição dos novos processadores Intel Bay Trail, focados no aumento do desempenho combinado com uma considerável redução no consumo de energia. Além disso, vale lembrar que esses processadores possuem arquitetura x86, o que (na teoria) não resulta em nenhum tipo de incompatibilidade na hora de instalar programas para a área de trabalho do sistema.

Vamos ver o que vai acontecer nos próximos meses. Parece estar claro que a Microsoft segue tirando o peso do Windows RT das suas costas. Pelo menos até a apresentação de um novo sistema operacional.

Vendo o número de vendas e a aceitação do consumidor final, é difícil de acreditar que eles voltem a utilizar esse formato no futuro. Foi uma má ideia, os sócios de hardware não postam nisso, mas a Microsoft terá que seguir dando todo o suporte necessário para esse pequeno público que usa hoje o Windows RT, custe o que custar.


Compartilhe
@oEduardoMoreira