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Ferrari vai de triunfo a desastre no GP da China com desclassificação histórica

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O fim de semana de Lewis Hamilton e, por tabela, da Ferrari no GP da China foi do triunfo ao desastre em pouco mais de 24 horas. Após conquistar a pole position na sexta-feira e vencer o Sprint no sábado—sua primeira vitória pela Scuderia (mesmo que essa vitória não entre nas suas estatísticas oficiais) —o britânico enfrentou um domingo para esquecer no Circuito Internacional de Xangai.

É inacreditável como a Ferrari consegue errar em questões que são de única e exclusiva responsabilidade do corpo técnico da equipe. E isso, porque Matia Binotto (que hoje está na Sauber/Audi) e Fred Vasseur COM CERTEZA melhoraram muitas coisas na equipe internamente.

O desastre do GP da China após a surpreendente vitória de Hamilton na corrida sprint mostra uma inconstância da equipe italiana que precisa ter fontes identificadas e corrigidas desde já, caso realmente queira ser uma candidata ao título do Mundial de Construtores de 2025.

Mais do que isso: é uma desclassificação histórica, pois é a primeira vez que a Ferrari tem os seus dois carros eliminados de uma corrida por punições técnicas, em 75 anos de atividades na Fórmula 1.

Vergonhoso.

 

O relato da desgraça

Hamilton largou na corrida principal em quinto e teve contato com seu companheiro Charles Leclerc logo na primeira volta. Optando por uma estratégia de duas paradas, diferente da maioria dos líderes, não conseguiu recuperar o tempo perdido durante seu segundo pit stop, mesmo registrando voltas rápidas no final da prova.

Tudo bem, o carro de Hamilton teve alegadas avarias na parte traseira em função da batida com Leclerc. Mas estratégia de pneus é de responsabilidade de outras pessoas que, em teoria, conseguem enxergar melhor o cenário da corrida do que o próprio piloto dentro do carro, pois estão olhando tudo de fora e com um maior volume de dados.

“Fizemos mudanças após o Sprint e o carro ficou terrível”, lamentou Hamilton antes de saber da desclassificação. “Realmente lutei com o equilíbrio a partir daquele momento.”

Mas o pesadelo completo de Lewis veio após a bandeirada.

Quando as verificações técnicas foram realizadas, os comissários descobriram que o bloco de derrapagem traseiro do SF-25 estava com apenas 8,5mm, abaixo dos 9mm mínimos exigidos pelo regulamento técnico da FIA no artigo 3.5.9.

Durante a audiência, a Ferrari confirmou a precisão da medida e reconheceu o erro genuíno da equipe, sem apresentar circunstâncias atenuantes. A penalidade padrão foi aplicada: desclassificação completa dos resultados dominicais.

Hamilton, apesar do resultado amargo, tentou extrair lições do fim de semana. “É um bom aprendizado e espero que não façamos isso novamente enquanto continuo adaptando-me ao carro”, afirmou, ainda ignorando a desclassificação que viria horas depois. “Definitivamente há pontos positivos a serem tirados, mesmo perdendo terreno para McLaren, Mercedes e Verstappen.”

 

Leclerc teve o seu próprio pesadelo

A situação de Charles Leclerc no GP da China foi igualmente problemática. Logo ele, que acabou fazendo a corrida inteira com a asa danificada por conta do incidente com Hamilton, entregou uma performance superior, e defendeu um quinto lugar que, nessas condições, era algo improvável.

E aí, testemunhamos a tragédia italiana em cenário duplo.

Leclerc também foi excluído após seu carro ser encontrado 1kg abaixo do peso mínimo regulamentar. Pierre Gasly da Alpine sofreu destino idêntico.

Eu realmente não consigo entender como isso aconteceu. Menos combustível no tanque? Menos borracha de pneus muito desgastados? Menos água no tanque de hidratação (que inundou o cockpit de Leclerc na Austrália)? Não estimaram a perda de peso do piloto durante a corrida?

O que acontece, Ferrari?

As desclassificações beneficiaram Esteban Ocon, Kimi Antonelli, Alex Albon e Ollie Bearman, todos promovidos em duas posições. Lance Stroll e Carlos Sainz também entraram na zona de pontuação após as punições.

No final das contas, o prejuízo da Ferrari foi enorme após essa sequência de erros na China.

No campeonato de construtores, todo o revés agrava a situação da Ferrari, que sai da China com apenas 17 pontos, enquanto a McLaren—vencedora da prova com Oscar Piastri à frente de Lando Norris e George Russell—lidera com 78 pontos.

Para a Ferrari, resta refletir sobre como um fim de semana que começou com tanto potencial terminou sem nenhum ponto conquistado no Grande Prêmio da China.

E diferente do que acontece no Mundial de Pilotos, onde pelo menos seis pilotos (incluindo Leclerc e Hamilton) aparecem como elegíveis ao título no início do campeonato, o Mundial de Construtores já vê a McLaren disparando na frente, acumulando pontos com os seus dois pilotos.

Se a Ferrari não acordar rápido, não terá uma chance. Em nenhum dos dois campeonatos.

 

Via Fórmula1.com


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