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Game of Thrones erra muito ao usar o estupro como problemática ferramenta narrativa

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O quarto episódio da oitava temporada de Game of Thrones está dando mais dores de cabeça do que o imaginado pelos seus responsáveis. Não estamos falando do copo do Starbucks na mesa, mas sim de uma séria e polêmica conversa onde Sansa (Sophie Turner) fala como ela cresceu e amadureceu em função do sofrimento vivido pelas mãos de algumas pessoas.

A voz que com mais clareza se levantou para colocar lenha na fogueira é Jessica Chastain (quem sabe de forma até conveniente, pois X-Men: Fênix Negra está chegando, e Sophie Turner é sua colega de elenco nesse filme), que colocou o dedo na ferida de todo mundo em suas redes sociais.

“O estupro não é uma ferramenta para tornar uma personagem mais forte. (…) Uma mulher não precisa ser vitimizada para se transformar em uma mariposa. O #PequenoPassaro sempre foi uma Fênix. Sua força prevalecente se deve unicamente à ela. E somente a ela.”

 

 

Não dá para abusar do estupro como elemento narrativo

 

O mais interessante na declaração de Chastain é da consequente polêmica entre os fãs é o que é considerado válido dentro de uma elaboração criativa. Muito além do bom ou do mau gosto, estamos falando de um recurso que mostra uma boa dose de preguiça dos roteiristas, especialmente pelo falto de talvez não criarem personagens femininos fortes tão interessantes a ponto de não nos interessarmos por elas ou pela trama como um todo.

Sinceramente? Para mim, Game of Thrones sempre foi uma série desnecessária. Nunca me fez falta. E não podem me acusar de não gostar de sexo. No lugar de ver sexo (ou melhor estupro) em uma série de TV, eu prefiro praticar sexo no mundo real. Também não quero ser puritano o conservador. Só entendo que apelar o tempo todo para tal recurso não leva a série a lugar algum. No máximo reforça o comportamento da época e nada mais.

Nem mesmo para despertar uma reflexão crítica sobre tal comportamento Game of Thrones está servindo. Muita gente está reclamando muito da oitava e última temporada da série, e para muitos dos reclamantes, as estratégias desnecessárias para esticar a narrativa é um dos motivos para desanimar com tudo o que está vendo.

Logo, não é de se estranhar que muitos estão dando graças a Deus pelo fim da série.


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@oEduardoMoreira