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George Russell, um refém do destino dos outros

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Confesso que ainda tenho dúvidas de que o pior pode acontecer com a continuidade da carreira de George Russell na Fórmula 1. Mas devo admitir que, internamente, isso está virando muito mais um desejo do que uma incerteza.

É fato que Russell acumula neste momento os melhores resultados da Mercedes. O que não chega a ser uma surpresa, diante de todo o cenário apresentado (Toto Wolff em divórcio público com Lewis Hamilton, os principais recursos da equipe direcionados para George etc).

Mas também é fato que George Russell não impressiona, e está cometendo erros considerados infantis pelos olhos mais críticos. O que também pode ser algo normal, considerando o lixo de carro que ele está dirigindo.

Então… será que é justo colocarem uma guilhotina no pescoço dele neste momento?

 

George, longe de ser o rei da floresta

Minha opinião (e é óbvio que eu posso estar errado, já que não sei prever o futuro): George Russell é um dos pilotos (ao lado de Lando Norris e Oscar Piastri) com potencial para se tornar futuro campeão mundial de Fórmula 1.

Ele já provou que é um dos melhores pilotos do grid em todas as vezes que teve uma oportunidade. Já fez milagres com uma Williams ridícula, quase venceu quando “estreou” na Mercedes e é um dos poucos pilotos que venceram na categoria desde que Max Verstappen e a Red Bull transformaram a Fórmula 1 nesse “vale do tédio” que vivemos hoje.

Ou seja, vamos concordar que ele está bem longe de ser um Lance Stroll ou um Logan Sargeant da vida.

Porém, Russell aparentemente não está dominando como poderia ou deveria, dependendo do ponto de vista.

Mesmo vencendo Hamilton em 2022, Russell não derrotou o heptacampeão em 2023, além de entregar performances questionáveis com erros primários, tal e como aconteceu em Singapura no ano passado.

Naquela corrida (com um final simplesmente espetacular), muitos entenderam que era a grande chance da Mercedes vencer em 2023. E as principais chances de vitória já estavam com George naquele cenário.

O problema é que a saída de pista no final daquela corrida é encarada por muitos como “o início do fim” de George Russell na Mercedes. O que pode ser considerado injusto por algumas pessoas.

2024 está em andamento, e mesmo com Russell na frente de Hamilton, o seu desempenho é questionável, com provas inconstantes e um posicionamento no campeonato ameaçado por Fernando Alonso e uma Aston Martin que, hoje, é melhor que a Mercedes.

 

Um refém do destino alheio

Começo a ter pena de George Russell.

Ele está em uma posição onde se tornou refém de variáveis pelas quais ele não tem o menor controle neste momento.

Ao seu redor, ele tem Max Verstappen e Carlos Sainz com poder de escolha muito maior. Cada um vai escolher o que é melhor para si, e é certo que um deles vai para a Mercedes (e o outro escolhe a Red Bull, que ainda estará na frente em 2025).

Dentro da equipe, ele tem que lidar com um Toto Wolff alucinado com a “dor de corno”, que quer Verstappen a todo custo, podendo ter Sainz como segunda escolha. E ainda com um Kimi Antonelli que ele não quer perder.

Diante de tudo isso, o que sobra para George Russell?

Voltar para a Williams?

Isso seria um castigo muito cruel para ele, sem falar que Russell é muito melhor que Alex Albon para viver essa maldição.

Uma vaga na Audi?

Não seria um negócio ruim diante dos fatos apresentados, mas seria um downgrade na carreira do mesmo jeito. Por mais que a Audi esteja com dinheiro em estrutura, vai começar um projeto que não sabe onde pode chegar.

VCARB, Haas, Alpine e Kick Sauber são castigos piores que a Williams hoje.

Se Russell realmente for descartado na Mercedes, ele só pode contar com uma coisa (e, mesmo assim, é depender de terceiros, e não dele mesmo): começar a rezar.

  • Ou rezar para que o papai Stroll se convença de vez (ou que a Honda e a Aramco o convençam) que o filhinho Lance não serve nem para andar de bicicleta (que dirá andar de Fórmula 1) e buscar essa vaga na Aston Martin ao lado do Alonso (e aceitar viver o pesadelo que é ter o espanhol como companheiro de equipe);
  • Ou torcer para que o desespero bata no Christian Horner, que enxergue no Russell um futuro a longo prazo (já que ele tem 26 anos) e, na iminente saída de Max da Red Bull, descarte Sainz e/ou Sérgio Perez para buscar uma vaga em uma equipe que será desmontada, mas ainda assim melhor do que qualquer desgraça de fundo do grid.

Vamos ver se George Russell sabe rezar ou não com o passar do tempo.


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@oEduardoMoreira