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GTA VI a US$ 100: SIM ou COM CERTEZA?

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A evolução dos preços na indústria de videogames aponta para um cenário inquietante. O que antes parecia improvável – jogos custando 100 dólares – agora emerge como possibilidade concreta após a Nintendo anunciar que títulos do Switch 2 custarão entre 80 e 90 dólares.

Na verdade, todo mundo acreditou que o lançamento de GTA VI seria o principal motivador para o rompimento dessa barreira psicológica do preço centenário. O que pegou todo mundo de surpresa é que seria justamente a Nintendo a passar por cima de todo mundo, criando uma perspectiva sombria para a precificação dos jogos.

A impressão que fica é que todo mundo ainda está meio atordoado com o que aconteceu. E tentar prever o futuro dos preços dos jogos de videogames está deixando todo mundo ainda pior.

 

A nova realidade de preços da Nintendo

O anúncio da Nintendo surpreendeu o mercado. Seus novos títulos alcançarão patamares inéditos, variando entre 80 e 90 dólares, dependendo do formato.

Embora versões digitais ofereçam alguma economia, alguns jogos digitais ainda atingirão o valor máximo estabelecido.

O movimento da gigante japonesa levanta uma questão importante: o que impediria a Take-Two (a dona da Rockstar Games) de comercializar GTA VI por 100 dólares?

Isso mesmo que você está pensando: absolutamente nada.

Considerando o contexto atual e a demanda pelo título, mesmo com esse valor, o jogo provavelmente se tornaria um fenômeno de vendas.

 

Tendência histórica de aumentos

A trajetória dos preços na indústria deixa muito claro qual é o caminho que estamos tomando.

Durante a geração PS4 e Xbox One, os principais lançamentos AAA chegavam ao mercado por aproximadamente 60 dólares. Com PS5 e Xbox Series X|S, esse valor saltou para 70 dólares. Agora, o Nintendo Switch 2 empurra o limite para 90 dólares.

Esse padrão sistemático de elevação sugere que GTA VI pode não apenas romper a barreira psicológica dos 100 dólares, mas também estabelecer um precedente perigoso para toda a indústria.

Se esta tendência persistir, poderemos testemunhar jogos da próxima geração (PS6 e futuro Xbox) com preço base de 100 dólares – algo impensável há poucos anos, assim como os atuais 90 dólares pareciam absurdos anteriormente.

Para quem aí está fazendo as contas, a conversão simples do dólar (a R$ 5,92 no dia em que este artigo foi produzido) dá uma ideia do quanto a brincadeira pode sair cara no Brasil: jogos de videogames flertando com a casa dos R$ 500 é algo simplesmente proibitivo para a grade maioria dos jogadores.

E não por acaso os gamers sempre vão recorrer à pirataria e retroemulação. São as únicas maneiras de garantir algum entretenimento eletrônico sem esfolar um rim.

 

O impasse da indústria

Fazendo uma retrospectiva, a transição dos cartuchos para mídias ópticas representou uma significativa redução de custos nos anos 90. Era comum encontrar cartuchos de Mega Drive por mais de 60 dólares e títulos para Super Nintendo chegando a impressionantes 150 dólares.

O cenário atual reflete um paradoxo: enquanto os custos de desenvolvimento aumentam exponencialmente, as empresas transferem esse ônus para os consumidores. E essa estratégia gera crescente insatisfação entre os jogadores.

A grande incógnita permanece: quanto tempo a comunidade gamer suportará estes aumentos consecutivos antes de uma reação mais contundente ao mercado?

Na minha modesta opinião, o ponto de estouro de bolha desse setor está bem próximo.


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