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Hoje começa 2024. Só que não!

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Feliz Ano Novo!

Como é bom começar um novo ciclo em nossas vidas, com menos pessoas tóxicas na agenda do WhatsApp e um pouco mais de dívidas para pagar. E segue o baile (um pouco mais barulhento).

Que estamos em um novo ano, isso é fato. Mas tem algumas pessoas que acreditam com enorme convicção que não estamos em 2024, pois a matemática e o mundo cristão ocidental complicaram tudo.

E eu vou começar o novo ano (que pode ser 2024 ou não) comprando briga com um enorme coletivo que possui conceitos religiosos muito sólidos (exceto quando traem a esposa com a secretária).

 

A Ambiguidade do Ano 0 no Calendário

É bem fácil de entender. Ou não. Caso contrário não teriam alguns matemáticos se justificando para tentar convencer a todos que estamos no ano errado.

Ao contar os anos a partir do nascimento de Cristo, surge a complexidade da ausência do ano 0, gerando uma lacuna na contagem temporal.

Até porque, caso você ainda não saiba (e faço questão que você passe a saber a partir de agora), nos aspectos matemáticos, o ano 0 simplesmente não existe.

É uma espécie de salto no tempo. Funciona mais ou menos assim: ano -3, -2, -1… então, nasce Jesus Cristo em 25 de dezembro do ano 0, e tudo começa: 1, 2, 3…

A tradição de marcar os anos a partir do nascimento de Cristo foi adotada séculos após sua morte, com aceitação total em toda a Europa apenas 500 anos depois.

Esse padrão foi adotado por todo o mundo ocidental, pois o Velho Continente achava na época que mandava em tudo nas nossas vidas. Na verdade, acha até hoje. Ou você acha que a União Europeia existe só por causa do poder do Euro?

Agora, sei que muitas pessoas passaram a vida se perguntando: “quem e quando foi determinada a data de nascimento de Jesus Cristo?”.

No século V, o monge Dionisio o Exiguo estabeleceu o nascimento de Cristo em 25 de dezembro do ano 754 a.u.c (ab Urbe condita em latim, ou “desde a fundação da cidade” e, neste caso, a cidade em questão é Roma), considerando esse ponto como o início do ano 1.

O grande problema aqui é que a decisão de Dionisio resulta na ausência do ano 0, criando uma peculiaridade matemática e temporal no sistema de contagem de anos.

Parece que nosso amigo Dionisio faltou nas aulas de matemática, ou simplesmente renunciou à lógica para estabelecer a data de nascimento de Jesus Cristo do seu jeito, sem consultar matemáticos, religiosos ou nerds de plantão na época.

 

Controvérsias na Data de Nascimento de Jesus

E falando na data de nascimento do protagonista deste artigo…

Historiadores modernos questionam a precisão da data de nascimento de Jesus, sugerindo uma diferença de três anos em relação à contagem convencional.

Antes da adoção do calendário cristão, outras referências como a fundação de Roma e eventos olímpicos eram usadas na contagem de anos na Europa Ocidental.

Como o Cristianismo se consolidou no Império Romano no século V, a religião influenciou profundamente a escolha do ponto de partida para a contagem de anos.

Como resultado (ou herança maldita, dependendo do ponto de vista), recebemos uma data de nascimento fixa para Jesus Cristo, e uma data de falecimento e ressureição flutuante para a sua morte.

Algo que seria absolutamente contraditório para qualquer mortal. Mas como estamos falando de Jesus Cristo, a “licença poética” é permitida.

Apesar do conhecimento das imprecisões, corrigir as datas para refletir com precisão o nascimento e a morte de Cristo é considerado impraticável devido às complicações logísticas e tecnológicas.

A não ser que se construa uma máquina do tempo e volte para a data exata de nascimento e morte, algo que ainda não é possível. E se for feito, com certeza será utilizado para apostar em todos os resultados esportivos da história.

Uma mudança nas datas poderia desencadear confusões generalizadas em cálculos cotidianos, desde datas importantes até o funcionamento de sistemas eletrônicos.

Ou seja, mesmo cientes das discrepâncias, a sociedade opta por manter a tradição de celebrar o Ano Novo no dia 1º de janeiro, ignorando as nuances históricas e matemáticas.

Mesmo que isso represente na prática acreditar que estamos em 2024 quando, na verdade, podemos estar ainda em 2021. Mas… quem quer viver a pandemia e as eleições presidenciais de 2022 novamente?

Isso mesmo. Nem eu.


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@oEduardoMoreira