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HTC 10

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A HTC apresentou hoje (12) o HTC 10, novo top de linha da empresa, e visto por muitos como a última chance dos taiwaneses em sobreviverem no mercado de smartphones. Pode ser uma previsão meio apocalíptica, um exagero ou preciosismo por parte da imprensa especializada (o TargetHD pode ser incluído nessa), mas é a realidade. Ou o HTC 10 é um sucesso, ou é o início do fim para eles nesse segmento.

Muita gente esperava mudanças mais acentuadas nesse smartphone, com o objetivo de apagar a imagem decepcionante deixada pelo HTC One M9, mas isso não aconteceu. Por outro lado, não podemos dizer que o smartphone é uma continuação explícita dos modelos anteriores. A HTC tentou algumas coisas diferentes, e não mudou apenas o nome, que é mais objetivo e presencial. Algumas linhas mais recortadas na parte traseira e a manutenção do alumínio preservam a áurea de smartphone premium que essa série sempre contou.

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Se o HTC 10 lembra os modelos anteriores (apesar de não ser rigorosamente igual) na sua estética, nas especificações técnicas, temos mudanças importantes. Uma tela de 5.2 polegadas (QHD) com Gorilla Glass se encaixa no padrão do mercado, um ótimo processador Qualcomm Snapdragon 820, que parece ser o modelo referência para os smartphones top de linha de 2016 (o mesmo chip presente nos modelos LG G5, Xiaomi Mi 5 e Samsung Galaxy S7), trabalhando com 4 GB de RAM, 32 GB ou 64 GB de armazenamento (expansíveis via microSD de até 2 TB) e uma bateria de 3.000 mAh com recurso Quick Charge 3.0.

Ou seja, no papel, o HTC 10 é um modelo que não deixa nada a desejar em relação aos seus concorrentes diretos. Pelo contrário: benchmarks já vazados do AnTuTu mostram que esse modelo tem desempenho melhor do que os seus adversários diretos de sua categoria.

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Outra cuidado da marca nesse modelo é manter a boa qualidade sonora do dispositivo. Apesar de abandonar os alto-falantes frontais em nome de um design mais limpo, o HTC 10 não só mantém alto-falantes de 24 bits na parte traseira, como rebatizou a sua tecnologia, assumindo para si a responsabilidade, com a marca HTC BoomSound. Seus fones de ouvido também foram melhorados, prometendo um resultado final de máxima qualidade para os fãs de música.

Nas câmeras, um erro foi corrigido. Saiu o grande sensor traseiro de 20 MP para dar lugar a um sensor menor, de 12 MP, herdando parte de sua tecnologia UltraPixel, e com um maior cuidado com os detalhes que podem oferecer uma melhor imagem capturada. Além disso, o sensor frontal de 5 MP também conta com um estabilizador de imagem, assim como acontece com o sensor traseiro, mostrando uma maior atenção com as selfies.

Porém, o HTC 10 tem um grande calcanhar de Aquiles, e uma pequena unha encravada para lidar.

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O primeiro grande problema desse smartphone é o seu preço. 799 euros por um smartphone que não é da Samsung, nem da LG, e com o Xiaomi Mi 5 custando consideravelmente menos que todos eles pode tornar a vida do HTC 10 realmente muito complicada, por melhor que ele seja. No final das contas, o preço ainda é um fator a ser considerado na hora da compra, ainda mais em um mercado tão dinâmico e com a crise econômica que afeta alguns países importantes do planeta. Aqui, entendo que a HTC comete o mesmo erro que a Sony comete: achar que é mais realista que o rei, e cobrar preço de Apple quando na verdade é… apenas a Sony. Ou nesse caso, apenas a HTC.

O segundo grande problema para o HTC 10 é o fato da empresa não estar em todos os mercados globais. A marca não está no Brasil, por exemplo. Não que a gente seja grande coisa, mas ainda somos um mercado importante, e com clientes em potencial dentro dessa categoria. Ok, pode até ser que quem realmente quer ter um smartphone como esse no bolso compraria lá fora, mesmo se ele fosse comercializado em nosso país (por conta dos motivos que já bem conhecemos: impostos, fator Brasil, etc). Mesmo assim: deixar de ter uma oferta mais ampla pode ter sido um erro quase infantil para uma marca que tinha certa notoriedade ao redor do planeta.

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De qualquer forma, não podemos dizer que a HTC não tentou. Talvez o HTC 10 seja conservador demais para um smartphone que precisava ousar mais e inovar mais. Talvez a grande ousadia que a HTC poderia ter feito com esse modelo seria oferecer tudo o que o dispositivo tem de bom por um preço mais competitivo. Pode ser que esse erro tenha sido fatal para o seu futuro.

Honestamente? Espero estar errado. Porque até gostei desse smartphone.


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@oEduardoMoreira