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Internet: O Filme (2017) | Cinema em Review

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Internet: O Filme

Período de férias também é aquele período para ver aquelas coisas que não vimos antes, por algum motivo. No caso de Internet: O Filme, eu não vi porque achei o projeto ruim desde o começo, e depois de 90 minutos, eu posso dizer que o buraco é bem mais embaixo.

Em mais um sinal claro que a criatividade está morta e enterrada no mundo do entretenimento, entramos agora no momento em fazer filmes baseados nas histórias de vida dos youtubers, ou no seu sucesso dentro da plataforma de vídeos. Nada errado nesse aspecto, já que entrega ao grande público histórias e perspectivas de vida que podem ser diferentes para aqueles que não sabem o que aquela pessoa passou para chegar ao estrelato, ou uma forma de ver o mundo que é diferente em essência, o que é sempre bem vindo para agregar alguma coisa ao telespectador.

Porém, a experiência entregue por Internet: O Filme fica completamente desconectada de tais objetivos. Até entendo que o cinema não precisa ser edificante, e que rir de si mesmo e das características inusitadas das pessoas ou de representantes de uma determinada mídia é algo saudável. Mas é preciso entregar um resultado bem feito, e não jogar as situações à esmo, sem qualquer sentido, e deixar que o humor se faça valer apenas por conta do bizarro ou inusitado.

O filme acontece durante uma reunião de alguns dos principais youtubers brasileiros (alguns dos realmente fodões não foram chamados, curiosamente… por que será #ironic), que participarão de uma premiação. Perfis e personalidades diferentes, quando se encontram, resulta em situações das mais inusitadas. Mas, em comum, todos querem a fama a todo custo.

O longa mostra pelo menos oito situações fictícias, que tem como pano de fundo mostrar essa corrida pela fama, com as estratégias mais bizarras e inusitadas. Desde apostar com quem vai transar com a mina gorda até simular a própria morte para voltar de forma triunfante, mostrando o seu “renascimento” como youtuber (uma referência direta à decisão de Felipe Neto modificar o seu formato de vídeos e pedir desculpas para todo mundo que ele ofendeu ao longo dos anos).

No final das contas, temos uma confusão generalizada, com situações vergonhosas e nada engraçadas.

 

 

Internet: O Filme é um filme simplesmente horroroso. E o que é pior: nem podem me acusar de ser imbecil, ou de que não entendi o que eles estavam tentando fazer no filme. De novo: eu sei que o longa tenta fazer uma crítica bem humorada sobre as duas pontas do processo: sobre o comportamento dos youtubers que buscam a fama por todas as vias, sem se importar com o que vão apresentar, e sobre o comportamento dos seus fãs/fiéis seguidores, que fazem qualquer coisa pelos seus ídolos virtuais.

Porém, o bom humor simplesmente não existe. O filme apenas se limita a ser uma extensão das personalidades dos protagonistas em seus respectivos canais do YouTube, onde todos acabam rindo de suas próprias excentricidades. Parece um vídeo do YouTube de 90 minutos que a maioria das pessoas de bom gosto e senso crítico simplesmente não querem ver, porque simplesmente são situações que causam desconforto e irritação para aqueles que não gostam desse gênero de humor.

Aliás, Internet: O Filme é uma clara demonstração de “roteiro pra quê?”, já que claramente não houve um plano definido para uma sequência lógica de acontecimentos. Você identifica os plots (e escolhe o plot principal do youtuber mala que ficou revoltadinho porque uniu um casal de youtubers populares e carismáticos), mas não se apega a nenhum deles. Em alguns casos, pede que as pessoas simplesmente desapareçam da sua frente.

As motivações para as ações em cena são fúteis, desnecessárias e, em alguns casos, sexistas e ultrajantes. O próprio filme aborda isso sutilmente, em uma tentativa de autocrítica. Mas, de novo: se tivesse um humor de verdade para falar sobre esse e outros temas, seria um filme mais interessante. Mas… não! Nada daquilo é engraçado, tudo é irritante, e você tem vontade de ver o filme acabando o mais depressa possível.

Nem mesmo as participações especiais de Raul Gil, Palmirinha Onofre e Mr. Catra salvam. Pelo contrário: os três foram simplesmente soterrados pela porcaria que foi o roteiro desse longa.

 

 

Internet: O Filme é um sério candidato a pior filme de 2017. Pior que Transformers: O Último Cavaleiro (que ainda acho o pior de todos porque tinha dinheiro de sobra e Michael Bay ferrando com tudo). Antes eu tivesse ido dar milho aos pombos do que perder 1h30 com esse lixo.

Conselho de amigo (e até vale para os meus inimigos): fiquem longe.

 

 


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@oEduardoMoreira