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iPad Pro é para PROFISSIONAIS! Entenderam?

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O muito esperado/especulado iPad Pro foi apresentado oficialmente pela Apple, e é tudo o que se esperava dele: grande, potente, com aspirações para substituir o seu notebook, e principalmente: pensado nos profissionais. Logo, usuário comum, se contente com o seu iPad. Muito provavelmente você não precisa de um tablet desse tamanho.

O novo iPad Pro tem como objetivo principal entrar no mercado do Surface Pro, que apesar de não ser um grande sucesso para a Microsoft, evoluiu a ponto de ser hoje uma alternativa viável para quem quer substituir o seu notebook por um dispositivo que ofereça uma maior versatilidade de uso. Para quem quer ter em momentos pontuais um tablet para atividades de consumo ou exibição de conteúdo, mas não dispensa a produtividade de um teclado físico na hora de trabalhar.

A Apple turbinou esse iPad Pro com esse objetivo: ser poderoso para os profissionais. Um potente processador Apple A9X, pelo menos 32 GB de armazenamento (acho pouco: 64 GB seria o mais recomendado), uma tela generosa para a melhor interação possível com sistema operacional, um iOS 9 que pode exibir dois apps em uma mesma tela, e a promessa de ser pelo menos 80% mais potente que a maioria dos notebooks disponíveis no mercado.

Acho a ideia do iPad Pro bem interessante, mas tem o seu público bem restrito: aqueles profissionais que já utilizavam versões anteriores do iPad para suas tarefas específicas. Bem sabemos que diversos segmentos profissionais utilizam os tablets da Apple em diversos ambientes de trabalho, e esse tablet se tornou uma ferramenta poderosa para quem quer e sabe ser produtivo com esse tipo de produto.

Por conta disso, eu acho que ele pode dar certo sim. Porém (e sim, temos alguns poréns…).

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As mesmas perfumarias que a Apple apresentou como ‘mágicas, inovadoras, e super relevantes’ (entendam o tom de ironia nessas frases) nos itens complementares do iPad Pro são as mesmas que já estão disponíveis em produtos dos seus concorrentes (olá, Microsoft Surface Pro 3… olá, Samsung Galaxy Tab Pro…), que no passado foram tão criticadas pela mesma Apple e por seus fanboys. Tudo bem, eu entendo que eles só estão copiando a Microsoft na cara dura, indo no vácuo do que a Samsung faz e dá certo seguir a tendência de mercado, indo de encontro ao que o consumidor indica no consumo diário dos produtos de tecnologia.

Por outro lado, não tem nada de inovador nessas adições, o que não justifica a supervalorização desses acessórios. A Apple não precisa cobrar US$ 169 por uma Smart Keyboard que a Microsoft já apresentou no Surface há três anos. Ou cobrar US$ 99 por uma Apple Pencil (que, na boa, Apple… é uma stylus!) que só funciona no iPad Pro, deixando os demais usuários do iPad na vontade.

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Mas o mais sério de tudo isso é que o iPad Pro pode, de forma irônica, valorizar o Microsoft Surface Pro.

Estamos falando de um produto que, na prática, é menos versátil que o seu concorrente de Redmond. Ou você quer me dizer que as possibilidades de multitarefa e produtividade são maiores em um sistema operacional móvel (iOS 9) do que em um sistema operacional completo, para desktops (Windows 10)? Dizer que o iPad Pro tem um desempenho melhor que 80% dos desktops do mercado é fácil, ainda mais quando você conta com um software que gerencia o hardware mais limitado que um sistema operacional ‘completo’.

Sem falar que o Surface Pro custa, hoje, US$ 100 a menos que a versão menos cara mais básica do iPad Pro. E para quem não tem nenhum dos dois, e pensa em trabalhar de forma mais completa com um sistema operacional, a escolha pelo tablet da Microsoft não me parece tão absurda assim.

O lançamento do iPad Pro também aponta para uma tendência: a prioridade na proposta de software mobile (iOS) em relação ao software para os computadores clássicos (OS X), o que pode no futuro indicar uma migração (ou fusão) entre as duas plataformas. Para quem trabalha com desenvolvimento pesado de conteúdo, os computadres tradicionais são importantes, e pelo menos por enquanto, ainda não é possível fazer em um tablet o que pode ser feito no desktop ou notebook quando falamos em produtividade pesada, criação e edição de conteúdo, entre outras tarefas que demandam maior capacidade de hardware e software.

Mesmo assim, imagino o iPad Pro como bem sucedido entre aqueles que vão ganhar dinheiro com ele. Editores de áudio e vídeo, profissionais de engenharia, médicos… são vários os segmentos que podem se beneficiar de um produto como esse. Mercado para ele, eu sei que tem, pois tem muita gente que hoje usa o iPad como ferramenta essencial para o seu dia a dia profissional, e esse é um público fiel, que pode ajudar a garantir o sucesso desse produto. Sem falar nas grandes empresas, veículos de mídia e outras grandes corporações que vão investir nesse produto no lugar de um novo MacBook.

E no final das contas… Steve Jobs deu cambalhotas no túmulo hoje. No passado, ele disse que ‘usar caneta em dispositivos móveis era coisa de tonto…’. E agora?

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@oEduardoMoreira