Kevin Feige, o principal responsável e diretor criativo dos filmes da Marvel Studios, fez declarações defendendo as sequências e o modelo industrial da empresa durante entrevistas na Comic-Con de San Diego.
Feige concedeu entrevistas após receber sua estrela na Calaçada da Fama de Hollywood em 25 de julho, antes da esperada conferência da Marvel na convenção.
Suas declarações dão pistas de como será o futuro do MCU, mostrando um sinal preocupante de que até mesmo a “casa das ideias” vai seguir a tendência de Hollywood em apostar nas continuações, reduzindo ainda mais o espaço para novas ideias.
“Sempre gostei das sequências”
Em entrevista à Variety, Feige deixou claro que sempre gostou de sequências e poder voltar aos mesmos personagens, algo que o entusiasmou desde criança.
Ele afirmou que as sequências são um pilar absoluto da indústria cinematográfica desde os anos 30, apesar de muitas pessoas terem uma resposta cínica a elas atualmente.
Não sabemos exatamente o que Feige quer dizer quando usa o termo “cínica”. O que testemunhamos de fato é um descontentamento de parte do coletivo com essa ideia em apenas dar continuidade para histórias de personagens que caíram no gosto do grande público.
Esse grande “mais do mesmo” tira o espaço do novo, tanto nas histórias como em suas possibilidades de execução. Porém, de forma até curiosa, Kevin parece não querer entrar nessa discussão.
Feige revelou que internamente, por muitos anos, a Marvel pensou que “Os Vingadores” era um conceito grande demais para ser feito em live-action, e que talvez pudessem fazer um filme de animação um dia.
Ele também falou sobre as pequenas recompensas do trabalho de produtor, como enfrentar obstáculos criativos com a equipe e participar de ideias no processo de edição que chegam a milhões de pessoas.
Visão corporativista
Kevin Feige defendeu com entusiasmo o modelo de sequências e world building da Marvel, algo que mais parece um alinhamento com as posições corporativas da Disney do que com a visão de um autêntico fã de quadrinhos.
Não chega a ser uma decepção saber dessas declarações. Afinal de contas, não podemos nos esquecer que o que é entretenimento para nós é um negócio que custa muito dinheiro para eles.
No final das contas, a indústria cinematográfica precisa fazer o que é necessário para se manter de pé, mesmo que isso signifique desagradar boa parte do seu público.
Por outro lado, se Feige e a Disney vão apostar nas sequências de suas histórias (e vão – pode ter certeza disso), é porque A MAIORIA está aceitando essa estratégia.
Pelo visto, o coro dos descontentes ainda é a minoria, ou não faz tanto barulho a ponto de incomodar.
Vamos ver até quando isso vai perdurar.