
Lando Norris viveu um fim de semana de contrastes no Grande Prêmio da Arábia Saudita de 2025. Após um erro durante o Q3 no sábado, que danificou significativamente seu McLaren MCL39, o britânico foi obrigado a largar apenas na décima posição do grid.
O cenário adverso fez com que Norris demonstrasse capacidade de recuperação, já que cruzou a linha de chegada na quarta posição. O resultado o mantém na briga do campeonato, mas o retira da posição de liderança, que agora é ocupada por Oscar Piastri.
Aparentemente, os altos e baixos de Norris renderam para ele algo que, até então, eu não tinha visto no britânico, principalmente depois da desastrosa entrevista que ele deu no final do ano passado, com o infeliz “não é preciso nada de especial para vencer Max Verstappen”.
A Arábia Saudita deu para Lando Norris a capacidade de fazer autocrítica. O que, para ele, será muito importante a partir de agora.
Os pilares da recuperação

A McLaren apostou em uma estratégia arrojada, com Norris começando a corrida com os pneus duros para ficar mais tempo em pista. E foi o incidente envolvendo Pierre Gasly e Yuki Tsunoda que abriu espaço para o início dessa recuperação.
Em uma pista onde o desgaste dos pneus é mínimo, o piloto conseguiu extrair o máximo dos compostos duros, estendendo seu stint inicial até o limite.
Quando finalmente fez sua troca para os pneus médios, Norris ganhou ritmo e passou a escalar o pelotão com agressividade. Nas voltas finais, chegou a pressionar Charles Leclerc pela terceira posição, encerrando a corrida a apenas um segundo do pódio.
Um feito notável, considerando as dificuldades enfrentadas menos de 24 horas antes.
Reconhecimento e autocrítica

O próprio Norris admitiu que o resultado foi o melhor possível diante das circunstâncias. Em entrevista após a corrida, ele destacou o desgaste físico e mental imposto por um circuito como o de Jeddah, ressaltando a intensidade da prova.
Demonstrando o mínimo de maturidade que se espera de um piloto que está tentando vencer o seu primeiro título mundial de pilotos, o britânico também reconheceu que seus problemas têm origem nos treinos classificatórios.
Segundo ele, o desempenho aos sábados ainda não corresponde ao seu potencial, e os erros cometidos nessas sessões têm comprometido suas chances de lutar por vitórias com mais frequência.
Norris afirmou que, em busca da volta perfeita, muitas vezes força além do necessário e acaba pagando o preço. “Preciso relaxar mais e parar de tentar ir além do que o carro pode oferecer naquele momento”, disse.
Para ele, a chave está em encontrar equilíbrio entre ousadia e consistência.
Ou seja, ele precisa de algo a mais para largar (e ficar) na frente de Verstappen, e não apenas ser mais rápido do que ele.
Lando Norris acordou?
Só vou ter certeza disso em Miami. Mas pela primeira vez, ele reconheceu que o problema é DELE, e não DOS OUTROS, DO ASFALTO, DA CHUVA, DO CÉU AZUL…
Me incomodou demais a entrevista do Norris no ano passado, pois passou a impressão que, na visão dele, Verstappen conquistou o título “de forma casual, como obra do mero acaso”. E todo mundo sabe que não foi assim.
Norris perdeu várias oportunidades com largadas ruins, e até o presente momento, estamos testemunhando-o cometer erros primários, dando até a entender que o seu controle emocional não está em dia.
Quem sabe ele realmente esteja precisando de uma pausa da Fórmula 1 mais do que os outros. A maratona no começo de campeonato foi intensa, mas é ele quem está vendo suas chances de ser campeão escapar (de novo) pelos dedos.
Mas ao menos agora ele está se tocando de que é ele quem tem que melhorar, e não os outros pararem para esperar ele passar.
Já é um progresso.
Um campeonato em aberto e um alerta interno
Enquanto Oscar Piastri acumula vitórias e assume a liderança do campeonato, Norris ainda busca consolidar sua posição como candidato ao título.
A diferença entre os dois ficou clara na Arábia Saudita, onde Piastri brilhou ao superar Max Verstappen e vencer a corrida. Já Norris, mesmo em um excelente ritmo de prova, teve que lidar com as consequências de um sábado frustrante.
Ainda assim, o britânico acredita que o desempenho está lá — só falta alinhar todos os fatores. “Tenho o ritmo necessário, só preciso acertar as peças do quebra-cabeça”, resumiu.
Via Formula1.com

