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Legion (FX, 2017) | Primeiras Impressões

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Legion

 

A primeira investida a sério no mundo X-Men em live action na TV.

Legion, nova série do FX, aposta no universo dos X-Men para conduzir a Marvel em outro patamar na televisão. Na TV aberta, a DC dá um show com as séries de heróis da CW, e por mais que as séries da Netflix tenham corrigido os erros de produções como Agents of SHIELD e Agent Carter, é preciso acertar na TV convencional. Mesmo que seja em um canal de TV paga.

Na verdade, é uma grande ousadia da Marvel tentar apresentar uma série relativamente complexa, em um canal pago, pensado em um público seleto. Na verdade, pensado no grande público alvo: aqueles que já são íntimos desse universo, que conhecem seus arcos, características, psicologia dos personagens e mitologias.

Para os fãs de X-Men, nada em Legion é muito estranho. Pelo contrário: é atraente e instigante.

 

 

Uma das coisas mais interessantes desse mundo é que as coisas só se resolvem na porrada em situações limite. Por muitas vezes, os fatores emocionais dos personagens são mais preponderantes do que sua capacidade física.

Nesse aspecto, Legion repete a proposta de jornada de auto-conhecimento que por diversas vezes vimos presente nos personagens do mundo X-Men. Veremos isso mais uma vez em Logan, filme que conclui a jornada de Hugh Jackman como Wolverine.

Os conflitos só se resolvem no lado físico quando os fatores emocionais, psicológicos e sociológicos se esvaíram por completo, e nenhuma possibilidade de conciliação é possível.

Legion segue essa mesma proposta. O simples fato do protagonista viver uma confusão mental e emocional já mostra esse forte sinal de identidade com a história principal. Aliás, confusão mental e emocional é algo mais do que normal em um adolescente. Que dirá em um adolescente que tem poderes e não consegue controlá-los?

Isso torna a série mais palpável do mundo real. Não que qualquer pessoa possa ter poderes, mas ao menos compreendemos que até mesmo aqueles que contam com tais poderes precisam se conectar com o “eu” da pessoa para serem controlados, se desenvolverem e aí sim serem utilizados.

Para o bem e para o mal.

 

 

Legion não é uma série fácil de se acompanhar. Pelo menos o seu piloto tem um ritmo lento, e em algumas oportunidades, confuso. Se você não prestar uma certa dose de atenção, pode se perder na sequência de acontecimentos.

Até porque a ideia do roteirista também foi colocar o espectador dentro da confusão mental do protagonista, que se alterna em cenários e situações diversas na busca da verdade, ou da situação onde ele possa compreender o que realmente aconteceu.

Pensando nisso, é um piloto bem feito, bem produzido, mas entendo quando leio comentários das pessoas que não gostaram. Acho que já me acostumei que esse universo X-Men em determinados momentos é assim mesmo. Logo, não vejo a lentidão da série como algo ruim.

Tecnicamente, o piloto e excelente, com ótimos recursos visuais e efeitos dos mais diversos.

 

 

Mas recomendo aos leitores que tenham uma boa dose de paciência. Fica a torcida para que Legion conte a sua melhor história possível, entregando uma boa temporada para os fãs.

Logo de início, vale a pena conferir. Mas com a devida atenção para os detalhes destacados acima.


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@oEduardoMoreira