Quando Max Verstappen ultrapassou Esteban Ocon no final da reta dos boxes (entrando no S do Senna) e, ao mesmo tempo, Lando Norris perde o controle de sua McLaren de forma bizarra, eu senti que aquele não só era a grande fotografia da corrida, mas de todo o campeonato.
Max Verstappen deu uma aula em Interlagos. Largando de 17º e nas condições mais adversas possíveis, superou as dificuldades, prevaleceu e dominou o caótico GP de São Paulo de Fórmula 1, em uma performance simplesmente impressionante.
Foi humilhante. Ele obliterou os adversários.
E deixou claro para Norris que, não importa o que aconteça, ele (Max) já é o tetracampeão mundial.
A sorte sempre acompanha a competência
Muitos dizem que não existe a sorte, mas sim o talento e o trabalho duro. Lando Norris não concorda muito com isso, pois acredita que Verstappen só venceu hoje por causa da dita sorte.
Lando não só está redondamente errado, como só pode estar cego pela raiva (ou pelo spray de água na cara) para não enxergar os fatos apresentados.
Verstappen construiu a vitória de hoje como poucas vezes vimos um piloto fazer isso, e com tamanha competência.
Na verdade, em uma das oportunidades do passado foi o próprio Max Verstappen, na mesma pista de Interlagos, em 2016. Ele sai do fundo do grid para chegar em terceiro, em uma performance que enche os olhos do mundo.
Logo, ver Norris reclamando da bandeira vermelha acionada em função da batida de Franco Colapinto soa muito mais como choro de perdedor do que em um piloto que pode reclamar de forma genuína dos acontecimentos em pista.
Para que Verstappen tivesse a chance contra Ocon, ele teve que subir degraus muito maiores, superando em pista seus adversários à frente.
Enquanto isso, o mesmo Norris, mais uma vez, agiu como um fraco e incompetente, pois não teve a capacidade de ultrapassar George Russell em pista para assumir a liderança da prova e, com alguma sorte, mudado o próprio destino.
Aliás, fez pior depois da relargada.
Só resta ao Norris desistir
Nos aspectos psicológicos, Max Verstappen destruiu Lando Norris, e esse campeonato acabou hoje.
Estou dizendo há muito tempo que Max não perde o título, não importa o que aconteça. Hoje, o holandês deu esse recado de forma tão estridente, que não acredito que Lando terá qualquer tipo de reação.
E… exatamente da forma que eu disse que aconteceria em um dos meus vídeos anteriores (se não me engano, sobre o GP dos Estados Unidos em Austin), Verstappen vai confirmar o seu quarto título mundial em Las Vegas.
Não vai deixar para o Catar.
É até frustrante ver como Norris não aproveitou as oportunidades que teve. E segue não aproveitando, pois largou mal de novo hoje em Interlagos.
Mas não foi tudo culpa dele ao longo dessa jornada.
A McLaren desaprendeu sobre como disputar títulos e campeonatos. Ficou tão empolgada com a possibilidade de ser campeão dos construtores que corre o sério risco de perder esse título para a Ferrari e ficar sem nada.
Então, que tudo o que aconteceu hoje em Interlagos sirva de lição para todos os envolvidos. Digo isso porque a cena patética da corrida Sprint, com a McLaren “discutindo a relação” publicamente (de novo) sobre uma troca de posições é uma das provas cabais de que o time como um todo precisa ter foco e objetivo.
E no caso de Lando Norris em particular, a dura e definitiva lição de hoje tem que criar alguma casca para tentar de novo em 2025. E não produzir falas como “não foi talento, foi apenas sorte”, como na entrevista dele após a corrida.
Max Verstappen deu hoje uma das aulas mais enfáticas da história da Fórmula 1. E Lando Norris é apenas o aluno no fundo da sala de aula que virou um meme pelas mãos do professor.