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Max Verstappen, o moleque que não sabe perder?

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O que se passa na cabeça de Max Verstappen?

Os lances que resultaram em 20 segundos de punição para o piloto holandês no GP do México reascenderam uma discussão/discurso que, para mim, nunca esteve apagado. Max Verstappen sempre foi assim e, por incrível que pareça, ele está jogando o mesmo jogo que outros jogaram.

A única diferença é que alguns defendem que ele sempre foi um despirocado (o que eu concordo), e que andar no limite das regras (e ultrapassando o limite em alguns casos) pede medidas drásticas para que ele pare de se comportar como um moleque arrogante e mimadinho, que não suporta perder.

Ou que venham as punições em escala.

 

Ele sempre foi assim?

Sim. Desde que estreou na Fórmula 1, em 2015.

Max não é o tipo de piloto que pede “por favor” ou “dá licença” para disputar posições. Vários dos seus erros na primeira metade de sua carreira aconteceram porque ele foi inconsequente ao explorar os limites do carro e dos adversários.

O que me causa surpresas é ver jornalistas e torcedores afirmado que “só agora” ele está fazendo isso.

Não preciso voltar muito no tempo: com toda a palhaçada que aconteceu em 2021, muito em partes patrocinada por Michael Mais e suas “interpretações alternativas” do regulamento, Max Verstappen explorou todas as áreas cinzas possíveis para obter a vantagem que podia em pistas.

O que, particularmente, não acho errado.

O problema é que desde sempre Max ultrapassou os limites do bom senso, atropelando o conceito de esportividade e agindo de forma inconsequente contra seus adversários.

Se em 2021 as punições contra Max viessem em escala, quem sabe hoje o comportamento dele seria diferente. Porém, muitos entendem que a leniência de comissários e diretores de prova na época ajudaram a construir o monstro de hoje.

 

Não é diferente de outros

O que “salva” um pouco a imagem de Max Verstappen é que sua postura em pista (e, principalmente, sua atitude mental) não é muito diferente em relação a outros pilotos da categoria com as mesmas características.

Michael Schumacher era mestre em fazer isso: jogar o carro pra cima do adversário, explorar a pista toda em disputas de posição e não ter medo em tentar o que fosse necessário para prevalecer, principalmente quando o regulamento o beneficiava.

E Verstappen está correndo com o regulamento desde o momento que entendeu que não tinha mais o melhor carro.

Verstappen agora se preocupa em impedir a todo custo que Lando Norris reduza a distância para ele em pontos no campeonato, pois em condições normais sabe que sua Red Bull não consegue competir com a McLaren.

Logo, todas as vezes que Max e Lando se encontrarem, é melhor o piloto inglês entender que corre sérios riscos de parar para fora da pista, pois se os dois baterem, quem vai comemorar sempre é o Verstappen.

Insisto: outros pilotos da categoria fizeram exatamente a mesma coisa no passado, e foram igualmente elogiados ou prejudicados por essas atitudes, dependendo do ano e da nacionalidade do piloto envolvido.

Pesa contra Max o fato de esse excesso não ser mais tolerado por ninguém. Nem pelos adversários, muito menos pelo público.

 

O que fazer para resolver o problema?

Os pilotos querem regras mais claras da FIA, que precisa estabelecer parâmetros mais claros para não deixar que as provas virem um “espalha-farofa” sem precedentes.

Como Verstappen não deve mudar o seu comportamento, a única solução é seguir punindo o piloto holandês pelas infrações. Até que algo não mude no regulamento, ele sempre vai dar uma de Dick Vigarista, impedindo os colegas de ultrapassar porque ele se acha o dono do parquinho.

De novo: nem acho que é o caso de colocar Verstappen em uma fogueira ou de se referir à ele como um criminoso. Só entendo que as regras são subjetivas demais, a ponto de Max explorar tudo aquilo que não é dito como proibido.

Frear muito mais tarde na curva para ter a preferência de tangente é um truque genial, porém, perigoso. Ainda pode resultar em um acidente sério, mas que isso fique nas costas do Max se não der certo.

Mas deixar claro o que pode ou não fazer em uma disputa de curva é a tarefa da FIA.

Comissários são pagos para isso.

E Max não tem nada a ver com o trabalho que outros não estão fazendo.


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@oEduardoMoreira