
Se Lando Norris perdeu o Grande Prêmio do Japão de 2025 no sábado por causa de 0,012 segundos de desvantagem na pole bizarra de Max Verstappen, a McLaren se deu muito bem em Suzuka, colocando os seus dois pilotos no pódio.
Se para Zak Brown o que realmente importa é o campeonato de construtores como prioridade, é correto dizer que a McLaren começa o campeonato nadando de braçada, despontando como a principal favorita ao título em 2025.
O problema é que, se faz necessário evitar a indigesta situação do ano passado com a gestão dos seus pilotos. E os responsáveis por isso precisam começar a decidir o quanto antes possível se Norris é mesmo o cara a enfrentar Verstappen na luta pelo título, ou se Oscar Piastri terá a sua chance de buscar o campeonato como um dos mais jovens da história.
Dupla da McLaren mantém a consistência

Mesmo sem a vitória, a McLaren conseguiu resultados importantes. Afinal de contas, Piastri chegou em terceiro, logo atrás de Norris, o que garantiu uma sólida pontuação para a equipe.
Com 33 pontos conquistados na etapa japonesa, a escuderia de Woking permanece na liderança do campeonato de construtores e mantém uma vantagem estratégica no início da temporada.
Ninguém tem dúvidas a essa altura dos acontecimentos que a McLaren quer que isso aconteça. Pensa na grana violenta que a equipe vai receber se for (de novo) campeã mundial de construtores.
A única dúvida que paira sobre a cabeça de todos nós é se, dessa vez, tudo está bem explicado para os pilotos. Ou se a única instrução é o “só não se matem em pista”. Pois neste momento, Piastri mostra ritmo melhor que Norris, mas sempre se vê preso por uma “hierarquia” que começa a perder sentido.
Por que não deixam o Piastri tentar?

Ao longo da corrida, Piastri respeitou a ordem das posições da largada, até o final.
Faltando 10 voltas para a corrida acabar, Piastri chegou a se aproximar perigosamente de Norris, reduzindo a diferença para menos de um segundo. No rádio, em mais de uma oportunidade, o piloto australiano deixou claro que tinha um ritmo melhor, e que poderia ultrapassar o britânico para tentar a investida contra Verstappen.
No entanto, a equipe optou por manter as posições para garantir o máximo de pontos sem riscos desnecessários. O que deixou Piastri totalmente descontente. E dessa vez, ele não fez qualquer tipo de esforço para esconder isso na entrevista pós-corrida.
A consistência demonstrada nas três primeiras provas reforça a competitividade da McLaren em 2025. Porém, essa covardia exagerada faz com que a sensação incômoda de o principal prejudicado neste momento é o Piastri, que tem seu máximo potencial travado pela própri equipe, que só pensa no título de construtores e nada mais.
A preocupação com a evolução da Red Bull

Apesar dos bons resultados, Norris deixou claro que a equipe precisa ficar atenta à reação da Red Bull. E dessa vez, Lando tem sua dose de razão na afirmação.
Se nas primeiras etapas a McLaren parecia ter um carro mais equilibrado, o GP do Japão mostrou sinais de recuperação dos adversários. Verstappen não apenas venceu com autoridade, como também demonstrou que a equipe austríaca ainda tem potencial para melhorar nas próximas corridas.
Ao mesmo tempo… lembra quando eu falei sobre o problema dos freios de Norris na China? Na época, disse que aquele evento poderia eventualmente revelar problemas maiores de um carro que, até então, era o dominante.
Não estou afirmando que os desempenhos entre China e Japão estejam diretamente correlacionados para justificar a não vitória de Norris. Mas podem sim ser elementos dentro de um contexto maior, combinado com a melhora da Red Bull.
O britânico apontou que, embora a McLaren esteja brigando por vitórias todos os finais de semana, não teve o suficiente neste GP, mandando um recado claro: será necessário intensificar o trabalho de desenvolvimento e corrigir os pequenos detalhes que, em corridas tão acirradas, fazem a diferença entre o topo do pódio e o segundo lugar.
Traduzindo: a McLaren não pode se acomodar. Terá que trabalhar para conquistar o tão cobiçado título de construtores. Pois a Red Bull é competente demais para ficar nas cordas por muito tempo. E ainda tem Max Verstappen como piloto.
A temporada de 2025 começa a tomar forma, e os sinais são de um campeonato mais equilibrado, em todos os aspectos. A McLaren tem mostrado força, mas a Red Bull ainda representa um desafio constante.
Para Norris, o foco agora está em extrair o máximo do carro e da equipe a cada etapa, evitando erros e buscando novas oportunidades para reverter a vantagem momentânea de Verstappen. Para Piastri, o objetivo é mostrar para Andrea Stella que é ele quem tem mais cabeça e braço para competir com o holandês.
A próxima etapa no Bahrein será crucial para medir até onde vai a recuperação da Red Bull — e o quanto a McLaren está disposta a lutar para manter seu domínio no campeonato.
Via Formula1.com

