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Meu Malvado Favorito 3 (2017) | Cinema em Review

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meu malvado favorito 3

E chegamos a Meu Malvado Favorito 3, filme que dá continuidade à franquia de sucesso que definitivamente agrada às crianças que lotam as salas de cinema durante as férias escolares.

Seguindo a lógica de mostrar a evolução da vida de Gru e de tudo o que o cerca, nesse filme vemos como o conceito de família dele está completamente calcado em “a família que eu escolhi”. Descobrir um irmão gêmeo a essa altura do campeonato não é uma das melhores coisas para o desenvolvimento da história em si (na verdade, é um argumento bem fraco, que até poderia ser desnecessário, deixando apenas o plot com o super vilão da vez), mas era necessário para manter a lógica de construção de conexão emocional com aquelas pessoas especiais que cruzam a vida dele, e isso se faz presente desde o primeiro filme.

Mesmo assim, a trama geral, apresentando o novo super vilão com personalidade bem definida (assim como eram os vilões dos dois primeiros filmes), e voltando a apostar em alguém com traumas do passado que justificam os maus atos do presente (o que funcionou no primeiro filme). É um vilão divertido, irônico, cafona e com várias referências de cultura pop, algo que rendeu um resultado positivo.

Alguns elementos do roteiro nesse filme são colocados para produzirem a tal “deli de causa e efeito”, o que facilita a explicação de determinadas situações que acontecem no filme. A consequência disso é um roteiro fácil de digerir por todos, mas sem ser tão empobrecido como se espera. Por exemplo, estava na cara que as filhas de Gru seriam iscas do vilão para que Gru e Lucy tomassem as rédeas de tudo. Mesmo porque a tal conexão pessoal e familiar presente desde sempre na série de filmes mais uma vez se faz presente, para manter a lógica geral proposta pelo filme.

 

 

Meu Malvado Favorito 3 mais uma vez aposta na separação dos plots para dessa vez centrar a narrativa no relacionamento entre Gru e Dru. Os Minions recebem um plot só deles, quase virando um spinoff de filme temático dentro do filme principal. Tanto que Gru e as pequenas criaturas amarelas estão juntas no começo do filme, se separam, e só voltam a se encontrar pra valer quase no fim do filme. E digo que é um spinoff porque a história dos Minions dessa vez não tem absolutamente nada a ver com a trama principal.

Mas talvez o mais sério problema de Meu Malvado Favorito 3 foi enrolar basicamente metade do filme mostrando a relação dos dois irmãos, deixando um super vilão de bobeira, sem fazer nada. Isso já aconteceu no primeiro filme, e não foi tão legal assim: tudo bem, estamos lidando com o lúdico, mas no mundo ideal um vilão jamais fica esperando um tempão sem ter o que fazer, sem executar crimes, ou sem sequer planejar um novo crime. O rapaz fica lá fazendo exercícios e remoendo o passado, mas sem saber o que vai fazer como próximo crime, mesmo com toda a tecnologia do mundo, sem sequer planejar o que quer fazer.

De qualquer forma, mesmo com tanta coisa desabonando, Meu Malvado Favorito 3 me agrada mais do que Meu Malvado Favorito 2, mesmo sendo inferior ao primeiro filme da série.

Nada acontece na primeira metade do filme, mas em compensação, o ápice que vimos no primeiro filme volta a acontecer nesse, e de forma divertida. As referências de cultura pop estão mais presentes do que nunca, e elas ajudam a conectar os adultos na narrativa. Aliás, para os mais astutos, temos uma clara referência ao Spy vs Spy, um dos segmentos de quadrinhos da lendária revista humorística MAD.

Mais uma vez não há críticas aos aspectos técnicos. Tudo muito bem feito, muito bem cuidado e trabalhado. A dublagem nacional mais uma vez está bem dirigida, com destaque ao Evandro Mesquita, que mesmo fazendo basicamente a voz dele no filme ainda consegue ser semi-caricata e com bons toques de humor.

 

 

No final das contas, Meu Malvado Favorito 3 passa de ano, mas de raspão. Concordo com aqueles que entendem que a franquia dá sinais de cansaço, precisando se reinventar em alguns aspectos. Mas… em tempos de crise, onde já é uma vitória ter uma sala de cinema lotada (e esse filme consegue isso), quem tem coragem de mexer em time que está ganhando?

Enquanto funcionar para a Universal, eles vão repetir a estratégia. Simples assim.

 

 


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@oEduardoMoreira