Quantas pessoas podem dizer que perderam a cabeça na vida e sobreviveram para contar?
Isso mesmo: praticamente nenhuma. Mesmo porque, quando perdemos a cabeça, ou perdemos a vida (no sentido literal), ou perdemos a razão (no sentido figurado). Na verdade, o ser humano é emocionalmente fraco e muito mais propenso à irracionalidade.
O que você vai ler a partir de agora não é uma história de ficção. É um fato real, que mostra que até mesmo um frango é mais resistente que o ser humano nos casos de incidentes extremos.
Conheça a partir de agora a incrível história de Mike, o galo que, mesmo decapitado, viveu por 18 meses, se tornando dessa forma uma atração nacional, a ponto de inspirar um festival em sua cidade natal.
Como tudo aconteceu?
Lloyd Olsen, um fazendeiro residente na cidade de Fruita, Colorado (EUA), tentou matar um galo para o jantar, tal e como faria em um dia como outro qualquer.
Acontece que Floyd, sem querer, foi cirúrgico demais no procedimento, cortando apenas e tão somente a parte da cabeça, deixando o tronco cerebral intacto.
Dessa forma, o galo sobreviveu ao procedimento de decapitação porque teve a veia jugular preservada. Um coágulo de sangue impediu o sangramento em abundância (o que seria o normal), e o resultado de tudo isso era o animal vivo… sem a cabeça.
Algo completamente surreal e digno de um “O Médico e o Monstro” da vida real. Mas totalmente crível quando passamos a explicação para o campo racional/médico.
Como Mike viveu sem uma cabeça
Exatamente da mesma forma que algumas pessoas que eu conheço, que não precisam do cérebro para sobreviver em um mundo onde precisamos tomar decisões equilibradas: pelo instinto.
O galo continuou com o seu comportamento instintivo e acreditando de alguma forma que ainda tinha uma cabeça. Ele tentava bicar e limpar as penas, mas não conseguia porque, obviamente, faltava alguma coisa nele.
O animal se manteve vivo porque era alimentado com conta-gotas pelo seu dono. Mas… ainda resta a dúvida: e suas funções orgânicas, como respirar, o funcionamento dos rins e do intestino e tudo o que depende do funcionamento do cérebro em seu corpo?
Mike foi encaminhado para a Universidade de Utah para ser estudado sob a ótica da ciência, uma vez que sua existência por si passava longe de ser algo normal.
E os confirmaram que a sobrevivência de Mike se devia à preservação de funções básicas do tronco cerebral. Ou seja, no caso de um galo, o seu cérebro não está totalmente alojado no crânio, e uma decapitação apenas da cabeça não remove todas essas funções vitais.
Mike se tornou uma atração em feiras, com milhares de pessoas pagando para vê-lo. A família Olsen ganhou grandes somas de dinheiro com sua popularidade.
E tudo era muito feliz para todos os envolvidos.
Até que…
Morte e legado de Mike
O galo acéfalo Mike morreu em 17 de março de 1947 de forma trágica. Ele sofreu um acidente em que não puderam limpar sua traqueia a tempo, causando sufocamento.
Ou seja, em condições normais de temperatura e pressão, ele teria sobrevivido por mais tempo, mesmo sem uma cabeça para chamar de sua.
Mike se tornou uma lenda local em Fruita, que celebra o “Dia de Frango Sem Cabeça” desde 1999. Ele também inspirou uma banda punk a criar uma música em sua homenagem.
Ou seja, da próxima vez que alguém disser que você é um desmiolado ou que você perder a cabeça por qualquer discussão, pense no galo Mike.
Ele foi muito longe na vida, mesmo sem ter uma cabeça para chamar de sua. O mesmo pode acontecer com você. Basta que você acredite no seu potencial.