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Milionário, entediado e perdido na vida

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Vinay Hiremath é um homem cuja conta bancária parecia o número de atendimento de uma operadora de internet ou TV por assinatura, mas cuja felicidade estava tão ausente quanto a criatividade em um PowerPoint de reunião corporativa.

Dono de uma fortuna de US$ 60 milhões após vender sua startup Loom em 2015, Vinay, aos 34 anos, descobriu que nem todo dinheiro do mundo compraria um propósito.

Ele tinha tudo — ou pelo menos pensava que tinha tudo. E se transformou em um milionário entediado, o que acabou resultando em mais crises existenciais do que champanhes em sua adega.

Ele literalmente afirmou isso em sua página pessoal: “Eu não sei o que fazer da vida… é uma situação absolutamente sobrenatural…”

Apesar de imaginar formas criativas de me manter entretido com tanto dinheiro na minha conta bancária, vamos descobrir como o nosso protagonista saiu dessa.

 

Milionário, e com todo o tempo do mundo

No início de sua nova vida de “liberdade infinita”, Vinay tentou de tudo: encontros com especialistas em robótica, brainstormings com empreendedores visionários, e até mesmo fingir que poderia se tornar o novo Elon Musk (uma ideia que o deixou com uma vergonha crônica).

Mesmo porque ter dinheiro não significa se transformar em um ser excêntrico.

Nada parecia trazer aquele “estalo” que ele tanto procurava. Como um cozinheiro que coloca temperos aleatórios esperando descobrir uma nova receita, Vinay despejou dinheiro em viagens ao redor do mundo com sua namorada.

Aparentemente, a volta ao mundo só serviu para desgastar a relação de dois anos, e não o ego dele. “A culpa era minha, mas é claro que demorei seis meses para admitir isso”, afirmou o nosso protagonista, com uma honestidade até desconcertante.

Cansado de gastar milhões de dólares em aventuras sem sentido, Vinay decidiu que talvez o autoconhecimento estivesse nas alturas — literalmente.

Sem preparação, experiência ou bom senso, ele decidiu escalar picos no Himalaia. O resultado? Uma quase-hipóxia, selfies desastrosas em altitudes proibitivas e a brilhante conclusão de que “o eu interior” provavelmente não mora a cinco mil metros de altura.

Entre risos nervosos e falta de oxigênio, Vinay entendeu que o que realmente movia sua vida era fazer coisas difíceis. Isso explicava por que ele continuava tentando entender a sua existência em tarefas que eram complexas, até mesmo para quem tinha muito dinheiro.

Ao retornar à civilização, Vinay entendeu que tinha como missão salvar os Estados Unidos de sua crise política.

Convocado por ninguém menos que Elon Musk, ele se juntou a um grupo de mentes brilhantes que buscavam revolucionar o governo com o mesmo entusiasmo de quem reformula um aplicativo de entrega.

Quatro semanas depois, Vinay percebeu que salvar governos não era seu negócio, principalmente quando tinha que lidar com reuniões intermináveis e discussões sobre criptomoedas no almoço.

 

O Havaí é o remédio para todos os problemas

Ele largou tudo e, sem olhar para trás, comprou uma passagem só de ida para o Havaí, onde encontrou mais propósito em observar as ondas do que na burocracia de Washington.

Hoje, Vinay finalmente abraçou o que gosta de chamar de “o básico”.

Ele dedica seu tempo ao estudo de física e à ideia de criar uma empresa que produza “coisas do mundo real”, o que quer que isso signifique.

E o que aprendemos com a história do milionário entediado?

Que, às vezes, o que você realmente precisa não é mais dinheiro, mas mais clareza sobre quem você é.

E, se isso falhar, sempre há o Havaí.


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