Um motorista de um carro Tesla se transformou na primeira pessoa nos Estados Unidos a ser acusada de homicídio involuntário por um acidente mortal em que o modo de piloto automático do carro estava ativado.
O Tesla Model S passou em um semáforo que estava em vermelho e bateu contra um Honda Civic, matando os dois passageiros dentro do carro japonês. O motorista e o passageiro do Tesla sobreviveram ao acidente, que aconteceu em Gardena, condado de Los Angeles, no final de 2019.
E agora, como fica a questão?
Kevin George Aziz Riad, condutor do Tesla, foi acusado de homicídio involuntário. Ele responde ao processo em liberdade, e se declara inocente. É o primeiro processo penal dos Estados Unidos envolvendo um acidente provocado por um veículo com o piloto automático ligado.
É importante lembrar que o Autopilot dos carros Tesla não são 100% autônomos. Eles são um modo de assistente para o motorista, que precisa ter as mãos no volante o tempo todo durante o seu funcionamento.
Isso pode ser determinante para que a justiça considere Riad como responsável pelo acidente nos aspectos penais. Por outro lado, a Tesla está enfrentando várias investigações federais pelos eventos ocorridos com o sistema de piloto automático dos seus carros, além de outras ações por falhas pontuais nos veículos.
Já a Tesla tenta se esquivar dessas questões, advertindo por diversas vezes aos motoristas dos seus carros que mantenham as mãos no volante o tempo todo enquanto conduzem o veículo com o modo Autopilot ligado.
E o grande problema está no entendimento sobre essa tecnologia. Ao que tudo indica, os clientes Tesla entendem que o modo autônomo é completo, quando isso não é verdade.
Como solucionar esse problema?
Quem sabe se a Tesla for EXPLÍCITA na descrição do seu modo de piloto automático, inclusive com uma possível mudança de nome na tecnologia.
Quando chamamos algo de AUTOMÁTICO, o entendimento do termo para muitas pessoas é de 100% AUTOMÁTICO. E isso não é culpa de uma geração que aprendeu a dirigir em carros com câmbio totalmente automático.
Ou seja, a Tesla precisa educar este povo, que precisa entender que existem algumas limitações sobre o quão automático é (ou não é) o seu sistema Autopilot.
De qualquer forma, uma das dúvidas pendentes durante a implementação desta tecnologia está se respondendo por si: como a condução exige as mãos do motorista no volante o tempo todo, é o ser humano quem responde pelas consequências dos acidentes, e não a inteligência artificial.
Ou seja, é bom ficar esperto com isso no futuro.