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Mulher-Maravilha (2017) | Cinema em Review

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Mulher Maravilha

 

Levou mais de 75 anos para que a mais poderosa das amazonas tivesse a sua história retratada nos cinemas, e quando isso aconteceu, foi com uma dignidade que me deixa muito feliz. Mulher-Maravilha é um ótimo filme. É tudo o que eu esperava e, finalmente, um filme da DC digno de elogios. Muitos elogios. Vários elogios. Rasgados elogios.

Antes de mais nada, eu sou um daqueles que reforçam que este é o melhor filme da DC até agora, ou pelo menos desse novo universo cinematográfico desenvolvido por eles e iniciado por Homem de Aço. E, depois de tantos erros (sim, fãs… os demais foram bem errados, com menção honrosa para Esquadrão Suicida, que é um erro grosseiro), temos aqui um acerto daqueles.

Está difícil achar problemas nesse filme. Quem sabe (e de forma muito, mas muito forçosa) afirmar que os efeitos visuais são relativamente perceptíveis em alguns momentos. Sim, amigos… várias cenas de CGI e chroma key nesse filme. Mas… na boa? Quem se importa? De verdade? O filme é tão legal que, dessa vez, não dou a mínima para os aspectos técnicos.

Uma história bem estruturada, um roteiro bem amarrado, mesmo com um argumento relativamente batido e repetitivo (a segunda guerra mundial), mas que atende bem aos interesses de contar a origem da personagem principal. Sem falar que temos uma mitologia muito bem apresentada para uma personagem que é apresentada com o máximo de dignidade possível.

O que há de mais legal em Mulher-Maravilha é apresentar Diana como uma mulher forte física e mentalmente, mas com sua sensibilidade intacta. É uma mulher compenetrada, obstinada, guerreira. Mesmo assim, é gentil e amorosa. É atraente sem ser vulgar. Usa roupas curtas, mas com o propósito de facilitar seus movimentos em combate. Partes mais íntimas do seu corpo não são vistas durante o filme, o que é ótimo. Não me entendam mal: não sou hipócrita, mas acho o máximo uma mulher ser naturalmente sexy sem precisar apelar.

É claro que existem algumas referências sexuais no filme, mas que são sutis o suficiente para que o filme não seja qualificado como apelativo. Mais fo que isso: as referências acabam enaltecendo e valorizando a imagem de Diana no filme. Acho esse aspecto do filme um ótimo serviço para acabar com o machismo que ainda existe por parte de alguns homens mais irracionais.

Como já destaquei, o roteiro é um grande trunfo desse filme. Traz tudo bem amarrado e estruturado, sem grandes absurdos, inclusive com a conclusão de toda a problemática do filme. O texto do filme é muito bom, com diálogos leves, objetivos. O ritmo do filme é realmente muito bom, conseguindo te prender o tempo todo, e com um final que realmente empolga, por todas as motivações que a própria trama oferece.

 

 

Lições? Várias.

A primeira delas é que a DC pode finalmente ter acertado o seu caminho para fazer filmes. Não falo só no formato, mas no conteúdo. E fez isso, sem “imitar a Marvel”. Sim, falo isso com propriedade.

Temos aqui um ótimo filme com uma heroína, com excelentes cenas de ação, com algumas piadinhas pontuais (mas sem exageros), e com uma história bem estruturada. É tudo o que eu espero de um bom filme com esse tipo de proposta. E, nesse caso em especial, a entrega foi acima do que eu esperava. E as expectativas já eram muito boas.

Detalhe: é um filme que tem o dedo do Zack Snyder na sua história, o que é uma vitória na minha opinião (quem me conheça sabe o ranço que tenho desse homem). Se bem que ele aqui não assumiu a bronca sozinho.

Outra lição importante: #chupaMarvel. E também falo isso com propriedade.

Há muito tempo muitos cantam em prosa e verso (e em forma de súplica) um filme sobre a Viúva Negra na Marvel Cinematic Universe. Potencial para isso existe de sobra. Mas bem sabemos como isso não vai rolar. Vai ter filme sobre a Capitã Marvel, mas a Viúva que é boa… nada!

Pois bem: não só agora temos um ótimo filme sobre a Mulher-Maravilha, como a Arlequina, que roubou para si o Esquadrão Suicida, pode receber um filme com ela como protagonista. Rumores ainda distantes, mas pode rolar sim.

Então, Marvel… comeu bola, não é mesmo?

E a lição mais legal de todas: lembrar que, apesar de fortes, as mulheres são seres de amor. A grande força das mulheres é o amor que elas guardam dentro de si, mostrando claramente que a grande força de cada mulher forte é realmente essa melhor compreensão do amor em um sentido mais universal e amplo.

Minha felicidade ao constatar que Mulher-Maravilha é mesmo um ótimo filme é enorme. E… sim… Gal Gadot nasceu para esse papel.

De fato, a justiça só poderia começar por uma mulher. E, quem sabe, o filme da Liga da Justiça seja também digno de aplausos.

 

 


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@oEduardoMoreira