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Não existe reembolso de comida na Amazon!

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O caso que vou comentar neste artigo é real, e pode acontecer com qualquer família ao redor do mundo. Logo, peço aos pais que leiam tudo com o máximo de atenção, mesmo que eu faça algumas piadas sobre o tema no meio do caminho.

Entendo que tudo isso serve como ensinamentos para uma maior compreensão de como devemos proceder com determinados aspectos da educação digital. E é de responsabilidade dos pais ensinarem aos filhos sobre como devem proceder nas compras online.

Mesmo porque nem a criança, e muito menos o adulto sabem que não dá para devolver compras de comida na Amazon. E ninguém vai querer descobrir isso da pior maneira possível: com um rombo na fatura do cartão de crédito.

 

Dá pra comprar 70 mil pirulitos na Amazon?

A resposta é SIM. Só que isso pode causar dor e sofrimento para quem está pagando.

A história começa em Lexington, Kentucky, quando Holly LaFavers descobriu que dava para comprar nada menos que 22 caixas com 70.000 pirulitos Dum-Dums, que seriam entregues pela Amazon na porta da casa dele.

O problema foi descobrir isso com uma desagradável surpresa: um pagamento surreal realizado pelo seu filho Liam, que se empolgou com a possibilidade de ter tantos doces em casa.

O garoto de oito anos de idade, que ainda não tem noção do valor do dinheiro (e, aparentemente, em como utilizar o smartphone da mãe), não pensou duas vezes nas consequências e, de forma acidental, realizou o pedido dos doces.

E Liam até tinha um motivo nobre para fazer a compra: dar uma festa para os amigos.

Ah… como é bom ser altruísta com o dinheiro dos outros…

A compra resultou em um débito de US$ 4.200 na conta bancária da família, o que causou um pânico inicial em Holly. Depois de se acalmar, ela fez o que qualquer pessoa normal faria: entrou em contato com a Amazon para cancelar o pedido e devolver a mercadoria.

E é aqui que veio o grande plot twist (para a Holly, é claro).

 

Não dá para devolver comida na Amazon

A dona Amazon respondeu para Holly que o cancelamento seria parcial, já que parte da compra dos doces foi classificada como ALIMENTO e, pelas regras da gigante do varejo eletrônico, não poderia ser devolvida.

A resposta da Amazon causou indignação em Holly, que recorreu às redes sociais para tentar reverter a situação, o que chamou a atenção da mídia local e nacional.

E também chamou a minha atenção, que está escrevendo sobre o assunto.

A Amazon, pressionada pela repercussão midiática, acabou concordando em reembolsar o valor total da compra. Até porque fica evidente que Holly não sabia que não havia reembolso para alimentos porque não existiam informações claras sobre o assunto em nenhum lugar do site do e-commerce.

E no lugar de revender os pirulitos, Holly optou por doá-los para escritórios, escolas, igrejas e vizinhos, como gesto de boa fé.

A atitude de Holly foi tão positiva (e igualmente mediática), que a Spangler Candy Co., fabricante dos doces que o pequeno Liam comprou por engano, chegou a convidar a família para visitar sua fábrica em Ohio.

 

O que os pais devem aprender com tudo isso?

Que é de única e exclusiva responsabilidade dos pais educar o seu filho sobre o comportamento proativo nos dispositivos eletrônicos, e que os adultos jamais devem deixar as crianças usar um dispositivo de uso pessoal que está conectado à internet e que conta com dados financeiros cadastrados.

A combinação dos fatores sempre resulta em desastres ainda maiores.

É importante que os pais saibam que os jogos mais populares da atualidade contam com sistemas de microtransações que são pagas pelos dados de cartão de crédito cadastradas nas lojas de aplicativos ou até mesmo dentro dos próprios jogos.

Plataformas como Roblox, Google Play e Apple oferecem sistemas de verificação, mas nem todos os pais ou responsáveis conseguem implementar as configurações necessárias para impedir a compra automática dos itens dentro dos jogos.

Ou seja, no lugar de colocar a culpa exclusivamente nos filhos que realizam as compras de aplicativos, jogos e produtos na internet, é melhor que os pais se culpem por serem grandes analfabetos digitais.

Os adultos também precisam passar por um processo de educação digital, pois é dessa forma que podem se prevenir dos problemas causados pelos filhos e, de quebra, podem ensinar aos menores a utilizar o smartphone sem causar enormes prejuízos financeiros.

Estou dando bronca nos adultos, sim. Mas é para o bem de vocês.

Fica a dica.


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