Press "Enter" to skip to content
Início » Variedades » Não peça café para alguém que nem é o seu funcionário em uma entrevista de emprego

Não peça café para alguém que nem é o seu funcionário em uma entrevista de emprego

Compartilhe

É o seguinte.

Você é um profissional formado em ciência da computação, e está procurando um emprego na área. Tem uma conversa rápida por telefone com o recrutador, e é chamado para se encontrar com o dono da empresa no dia seguinte, acreditando que terá uma entrevista normal para a vaga.

Acontece que a empresa pediu para ele levar na entrevista um café do Starbucks meio frio e sem açúcar, além das informações mais básicas sobre ele (nacionalidade, idade, nome dos pais, etc).

É claro que o candidato desconfiou disso.

 

Isso é legal?

O candidato em questão era um russo que vivia na Califórnia, e ele logo percebeu durante a entrevista que esse tipo de abordagem, com questionamentos de caráter pessoal, era algo ilegal, principalmente neste estado norte-americano.

Ele relatou que, em outra empresa, havia sido contratado com base na avaliação de como sua nacionalidade russa poderia impactar a equipe.

Isso, no meu mundo, tem nome: xenofobia.

O nosso protagonista até considerou comparecer à entrevista, pois estava desesperado para conseguir o emprego. Porém, como obteve uma abordagem mais amigável de outra empresa, cancelou o compromisso com a primeira companhia.

Ele ainda enviou uma mensagem educada ao recrutador, recusando-se a comparecer, mas foi acusado de ser antiprofissional e causar má impressão ao dono da empresa.

Engraçado isso… o dono da empresa questiona sobre detalhes que não são pertinentes à vaga, e o “antiprofissional” é o candidato que não quer passar por tratamento abusivo no critério de seleção.

É por isso que sou dono do meu próprio negócio… para não ter que passar por isso.

 

A prática é sim abusiva

Os processos seletivos de algumas empresas são, em muitos casos, arcaicos e até preconceituosos, com demandas absurdas.

Até entendo o pedido do café da Starbucks de forma específica. Muitos recrutadores testam a capacidade de um candidato em compreender e executar instruções claras.

Por outro lado, o candidato que está entrando na sua empresa não é um office boy para levar café para o dono da empresa na entrevista.

Isso não faz sentido.

Os profissionais da Geração Z estão dando prioridade para ambientes de trabalho mais empáticos e uma cultura corporativa que está alicerçada no respeito ao profissional.

E é importante lembrar que, da mesma forma que as empresas estão monitorando o que é compartilhado pelos candidatos nas redes sociais, os profissionais estão fazendo o “networking online” sobre as empresas para escolher onde querem trabalhar.

O relato do cientista de computação que passou pela situação que relatei neste artigo compartilhou a sua história no Reddit, e viralizou rapidamente. E essas práticas inadequadas vão afastar esses profissionais das empresas, que vão ficando sem funcionários aptos para as vagas.

Episódios como esse são vistos hoje como grandes “bandeiras vermelhas” para os profissionais, que estão cada vez mais jovens e menos propensos a esse tipo de tratamento.

A inclusão, a diversidade e, principalmente, o respeito no ambiente de trabalho são os critérios mais valorizados pela Geração Z na hora de procurar uma vaga em uma empresa.

E os donos de grandes companhias que não conseguem se adaptar a isso vão ficar para trás. Mesmo porque nem todo o dinheiro do mundo vai convencer aquela pessoa a trabalhar em um ambiente tóxico e problemático.


Compartilhe
@oEduardoMoreira