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Novo MacBook Pro, por US$ 2.200. Eu não tenho essa grana. E você?

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Ontem foi final de Copa do Mundo, final de novela das nove, ou a primeira vez de um americano virgem para os Apple Fanboys espalhados ao redor do planeta. A conferência inaugural da WWDC 2012 apresentou algumas novidades de hardware e software da Apple. Algumas delas já conhecidas, outras foram realmente novidades. Mas a que realmente chamou a atenção foi o novo MacBook Pro Next Generation. Em todos os sentidos. Para o bem e para o mal.

Não satisfeita em atualizar os seus modelos anteriores do MacBook Pro, e eliminar o modelo de 17 polegadas do seu catálogo de produtos, a Apple apresentou aquele que eles consideram “o melhor notebook que eles já criaram”. E eles estão 100% certos nessa afirmação. A empresa de Cupertino conseguiu uma combinação de notebook compacto, potente e leve, ou o sonho de todo o fabricante de Ultrabook do mercado “normal” (normal para o mundo da Apple…). Aliás, o sonho também está nas cifras cobradas pelo novo brinquedinho, mas eu chego nesse item daqui a pouco.

O novo MacBook Pro é um baita de um notebook. Tela de 15 polegadas com Retina Display e resolução de 2.880 x 1.800 píxels, 1.8 cm de espessura, 2 kg de peso, processador Intel Ivy Bridge (terceira geração) Core i7 quad-core, FaceTime HD, Bluetooth 4.0, até 16 GB de RAM, gráficos NVIDIA Kepler GT 650M, até 768 GB de armazenamento em SSD, entre outros recursos. É máquina pra nego, branco, amarelo, azul, smurf, avatar e argentino nenhum botar defeito. É praticamente o sonho de todo usuário obcecado por alta performance, portabilidade e beleza.

Certo? Todos nós concordamos com isso? Ok, quase todos concordam (e toda unanimidade é burra).

Mas… a pergunta é: quem realmente precisa de uma máquina desse porte?

Antes que você responda “toda e qualquer pessoa de bem” (e eu não vou deixar de concordar com você), devo dizer logo de cara que a grande maioria dos usuários de computador do planeta Terra (e adjacências) NÃO PRECISA DE UM NOVO MACBOOK PRO! Entenderam? Estou falando de pessoas normais, que vão usar o computador para usar o Twitter, escrever no Facebook, visitar o site da Ana Maria Braga e conversar com a neta no Skype. Esse não é um notebook para usuários de entrada, e até mesmo para usuários intermediários.

Nem mesmo você, gamer inverterado, não precisa de uma máquina dessas. Ou melhor, não precisa gastar US$ 2.200 (tá, seus chatos… US$ 2.199… e com US$ 1 você não compra nem um Kit Kat em Boca Ratón) para jogar World of Warcraft com até 16 GB de RAM. Existem máquinas mais ajustadas para isso, com sistemas mais ajustados para isso (abraço, Windows). Pensando de forma mais específica, eu penso no meu segmento profissional, o de produtor de conteúdo.

E nem assim me imagino gastando tudo isso para fazer o meu trabalho.

Hoje, eu tenho um Ultrabook e um Notebook. Ambos com configurações suficientes para produzir conteúdos em texto, áudio e vídeo. E esses equipamentos não chegam a custar US$ 2.200. E tudo acaba funcionando muito bem. É claro que eu não vou negar que, como qualquer viciado em tecnologia, ter uma máquina como o novo MacBook Pro em casa é o sonho de consumo de qualquer um. Ter um Mac é ainda um sonho de consumo (e com muita luta, trabalho e moedas economizadas, eu vou chegar lá), mas sou um pobre blogueiro que coloco todos os meus gastos e economias em uma planinha para sobreviver. Ou seja, eu aprendi a diferenciar investimentos de devaneios financeiros.

Mas, então… quem deve (e pode) comprar o novo MacBook Pro da Apple? Eike Batista? Luciana Gimenez? O cara que vai comprar muamba em Miami?

Não é bem assim… o MacBook Pro é recomendado para quem REALMENTE PRECISA de uma máquina desse porte. Exemplo: profissionais da área gráfica (aqueles que trabalham com AutoCAD, fotógrafos, finalização de imagens, etc), editores de vídeo e áudio, desenvolvedores web (programadores, web designers de grande porte), enfim, todo e qualquer profissional que precisa de um equipamento top, com performance premium e com recursos de hardware e software praticamente ilimitados. Para tarefas que demandam alto poder de processamento, e para aqueles que precisam realizar essas tarefas em qualquer lugar (em casa, no escritório, em clientes ou durante as viagens de férias), o novo MacBook Pro é o equipamento ideal.

Vale a pena registrar que isso não é uma simples compra. Com o dólar a mais de R$ 2.00, o MacBook Pro custa quase uma moto (ok, vão dizer que é exagero, mas eu não consigo ainda subir em um computador da Apple e ir até o trabalho…). Logo, não só esse equipamento, mas qualquer produto de tecnologia com um valor consideravelmente elevado e com uma boa dose de recursos empregados deve ser encarado como um investimento. Logo, vale a pena sempre pesar a pergunta fatal…

“Eu realmente preciso de um produto como esse para fazer o que eu faço?”

Não sou contrário a comprar o que é caro, não me entendam mal. Mas um produto como o MacBook Pro precisa ter um propósito muito bem definido, e que de preferência, possa pagar o investimento feito. Se você que está lendo esse post tem a grana pra gastar, e não está nem aí pra saber de onde o dinheiro vem, que bom pra você. Vai para os “States” e compra o MacBook Pro (declarando imposto na Receita Federal; afinal de contas, você “está podendo”…). Agora, para a maioria de nós, brasileiros normais, que precisa ralar todos os dias para conseguir o dinheiro nosso de cada dia, o novo MacBook Pro é um sonho distante.

Mas tem um lado bom. Para quem ama realmente o mundo da tecnologia, é um incentivo para um dia chegar lá. Foi assim que consegui os meus produtos de tecnologia: me estimulando para conquistar o que parecia distante. E pode não ser um notebook que custa US$ 2.200. Mas algo que possa representar um upgrade na experiência conectada, no meu entretenimento pessoal, ou na minha atividade profissional.

E o MacBook Pro vai vagar os sonhos de muitos fanáticos por tecnologia, sendo o combustível de muitos deles para novas conquistas tecnológicas. Isso é fato.


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@oEduardoMoreira