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Novos videogames querem nos ferrar com espaço para poucos jogos

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Até considero a possibilidade de adquirir um console de videogame de nova geração, tal e como faria qualquer geek velho que hoje ganha o suficiente para isso. Todo mundo da minha geração quer deixar para trás os frustrantes anos onde pedia para os pais um Super Nintendo ou um Mega Drive e ganhava no máximo um Atari.

Nem posso reclamar dos meus pais por causa disso. Eles fizeram o que estavam ao alcance deles para oferecer alimentação, roupa, saúde e comida para mim e para as minhas duas irmãs. E sou muito grato por isso.

Porém, quando você chega na vida adulta, ganha o seu dinheiro suado e pode finalmente comprar aquele videogame moderno e maneiro que você tanto sonhou, a vida, a Microsoft e a Sony tratam você como uma autêntica vadia bêbada no canto de um bar de uma noite qualquer de terça-feira.

E tanto você, quanto as vadias mereciam algum respeito.

 

 

 

Não é só pelo preço… é pela relação custo-benefício

 

Para começar, PS5 e Xbox Series X/S são consoles de videogames caros para a maioria de nós. E isso já era algo esperado: com o dólar nas alturas, uma crise sanitária global, o famigerado “fator Brasil” e tantos outros obstáculos pelo caminho resultam em consoles de última geração com preços que faz você repensar se vale a pena trabalhar mais de um mês (e não comer) para comprar um videogame novo.

Por outro lado, o cenário poderia ser bem pior. Muita gente esperava preços ainda mais caros (ou melhor, BEM MAIS CAROS) que os atuais, e a redução do IPI nos jogos eletrônicos ajudou a reduzir esse preço mais um pouco. Não são descontos que justificam um “meu Deus, agora sim vou conseguir comprar o videogame à vista”, mas é sempre uma ajuda para quem está curto de grana.

O problema aqui é a relação custo-benefício dos novos consoles em algo que é importante para qualquer gamer (e para a maioria dos usuários de tecnologia em geral): espaço de armazenamento.

Tanto o PS5 como o Xbox Series X/S contam com uma certa “crise de identidade” nesse aspecto, principalmente no caso do Xbox Series S, modelo que eu estava pleiteando a compra por ser em um formato exclusivamente digital (estou eliminando a mídia física da minha vida). Esse modelo contar com pouco mais de 380 GB livres para instalação e armazenamento de jogos é quase uma piada de mau gosto para qualquer jogador de videogame.

Pensando nos simples fato que os jogos de nova geração naturalmente terão um maior volume de dados para entregar imagens de maior qualidade, é fácil concluir que os proprietários do Xbox Series S terão sérios problemas com espaço de armazenamento caso queiram ter mais do que cinco ou seis jogos no console. E a unidade de expansão (que, por enquanto, é exclusiva da Microsoft) é bem cara.

Ou seja… será que é realmente uma boa ideia comprar um produto assim?

E é bom os Sonystas pararem de pensar que são privilegiados nesse aspecto. Tá, é ótimo ter um SSD mais rápido. Porém, a alegria acaba quando o PS5 conta com apenas 825 GB de armazenamento, e conta com jogos que podem ocupar entre 66 GB e 409 GB de espaço na unidade.

Ou seja, o PS5 só vai servir para você se você é o tipo de pessoa que se contenta em ter 10 jogos instalados no videogame. Ou que admire a nobre arte de remover e instalar jogos o tempo todo no console.

 

 

 

Microsoft e Sony precisam rever conceitos de forma urgente

 

Eu sei que tanto o Xbox Series X / S como o PS5 e PS5 Digital Edition serão campeões de vendas nesse final de 2020, e não sou eu que vou tentar convencer você a não comprar os novos consoles. Eu mesmo estou pensando seriamente em adquirir um desses videogames para mim, principalmente no caso do Xbox Series S, que tem um preço bem competitivo.

Porém, só devo fazer isso daqui a um ano, pois entendo que nos próximos 12 meses eu devo esperar para entender como o produto realmente se comporta com os usuários e no mercado.

A única coisa que eu digo é: analise bem todos os aspectos envolvidos antes da compra dos consoles, independente se é da Microsoft ou da Sony. A questão do armazenamento em disco é mais complexa de se resolver do que foi na geração anterior, onde bastava você adquirir um HD ou SSD externo, espetar ele na porta USB, preparar a unidade para os consoles, e pronto: pode sair instalando.

Uma nova geração tem novas mecânicas para expandir esse armazenamento, e tudo indica que Microsoft e Sony, que não são burras, querem capitalizar nisso também. E quem sabe em um ano esses valores de soluções proprietárias para solucionar esse problema não acabam reduzindo de alguma forma. Ou até mesmo marcas especializadas em periféricos não lançam os seus produtos.

Particularmente, vou esperar um ano até ficar sóbrio de novo e sair daquele bar com as próprias pernas do que deixar Microsoft e Sony me carregar pelos braços e seguir me sodomizando como uma vadia bêbada que gosta de música ruim lá no canto daquele bar vulgar com luz vermelha.


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@oEduardoMoreira