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O Agente da U.N.C.L.E. (2015) | Cinema em Review

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Temos aqui um filme que, antes mesmo de chegar aos cinemas, contava com duas grandes pedras no caminho: Guy Ritchie e Henry Cavill. Os dois nomes contam com certo índice de rejeição de muita gente por motivos diferentes, e talvez por esse motivo o filme O Agente da U.N.C.L.E. não vá tão bem na bilheteria. Mas como eu estava completamente desprovido de crenças sobre o que eu veria, eu acabei tendo uma surpresa positiva ao final da seção.

Para começar, é preciso registrar que O Agente da U.N.C.L.E. é baseado em uma série de TV do mesmo nome, exibida pela NBC entre 1964 e 1968. Pode ser considerada um sucesso, já que alcançou o Syndication (105 episódios), e teve no seu desenvolvimento ninguém menos que Ian Fleming, criador do icônico personagem James Bond. E, antes que você me pergunte: não… essa série estreou ANTES de Mission: Impossible (CBS), mas curiosamente foi a segunda que fez mais sucesso, se tornando a série de espionagem mais bem sucedida da história da TV… até a chegada de 24 Horas (Fox, 2001).

O conceito geral de O Agente da U.N.C.L.E. é o mesmo da série de TV. Um cenário peculiar, mostrando o começo da guerra fria entre Estados Unidos e União Soviética, onde um agente norte-americano (Napoleon Solo, no filme, Henry Cavill) um agente russo (Illya Kuryakin, no filme, Armie Hammer), e uma agente britânica (Gaby Teller, no filme, Alicia Vikander) se unem em um time top secret de espiões, denominado U.N.C.L.E. (United Network Command for Law and Enforcement), que tem como objetivo combater ameaças que estão acima dos interesses individuais dos três países.

A U.N.C.L.E. entra em ação quando algum país oferece uma ameaça global onde nem EUA, nem União Soviética tem o interesse que se desenvolva, pois tal ameaça pode resultar em uma Terceira Guerra Mundial. A relação de Solo e Kuryakin está bem longe de ser uma conferência de paz da ONU, e para fazer o ‘meio de campo’ entre os dois, temos a linda Teller, e os três agentes são chefiados por Mr. Waverly (Hugh Grant), especialista da inteligência britânica.

Com uma baita brecha para um segundo filme (algo que não deve acontecer se a bilheteria desse filme continuar fraca), os três precisam nesse primeiro filme impedir que um grupo de monarcas e investidores italianos desenvolvam e lancem uma ogiva nuclear no mundo ocidental civilizado. Ao mesmo tempo que eles controlam o quase inevitável desejo de matar uns aos outros.

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O Agente da U.N.C.L.E. segue a mesma estrutura geral da série, que originalmente também era uma comédia de ação. Logo, para quem estranhou o potenciômetro do engraçaralho ligado no máximo nesse filme, tudo o que eu posso dizer é que ‘está tudo certo, é assim mesmo, está tudo normal’. Bom, ‘normal’ naquelas, já que as comparações com outros filmes do gênero são inevitáveis.

Muitos vão criticar o excesso de piadas nesse filme, ainda mais quando comparado com os filmes da série 007, ou até mesmo com Missão: Impossível – Nação Secreta, onde os toques de humor são muito mais sutis e pontuais. Talvez esses filmes tenham estabelecido o parâmetro para o gênero nesse momento, onde é esperado algo um pouco mais sério, onde o humor aparece mais como um contraste eventual do que como uma constante na narrativa.

Porém, O Agente da U.N.C.L.E. é pensado no humor como um dos elementos prioritários. Devo confessar que eu me diverti com o filme, e várias piadas foram bem sacadas, funcionando dentro da perspectiva onde um russo e um norte-americano não se entendem. Já outras piadas foram forçadas e desnecessárias. Mas não havia muito o que fazer sobre isso. De novo: a série era assim (ou daí para pior).

De um modo geral, O Agente da U.N.C.L.E. garante um bom entretenimento. Não é um filme cansativo, tem ritmo e te deixa interessado até o final. O menino Henry ‘Superman que se deixa algemar’ Cavill está melhor do que em O Homem de Aço, mais desenvolto e incorporando bem o papel de agente pegador/canastrão. Faz uma boa dupla com Armie Hammer. O filme é muito bem produzido, onde o telespectador é imergido no clima da década de 1960 do começo ao fim.

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Dois pontos positivos desse filme: a edição final, que acompanha muito bem a proposta geral de filme retrô de espionagem, e a trilha sonora, muito pontual em diversos momentos. São dois itens que se destacam e muito entre os aspectos técnicos.

O roteiro pode ser considerado um tanto quanto linear, mas consegue apresentar bem as soluções que a maioria não consegue perceber logo de cara. O texto também ajuda a não deixar o filme maçante. As cenas de ação são bem feitas, sem muitos absurdos (exceto no final, onde realmente você manda um ‘vai se ferrar’ para o que é apresentado). No final das contas, temos um bom filme de Guy Ritchie – e encarem isso como um elogio, levando em consideração que muita gente torce o nariz para os seus filmes -, e um bom entretenimento para quem quer se divertir no cinema.

Uma observação final: Hugh Grant só aparece no material promocional por conta do nome, já que ele aparece no máximo 20 minutos ao longo de 1h56 de filme.

Por fim, O Agente da U.N.C.L.E. não chega aos pés de Missão: Impossível – Nação Secreta. E nem precisa. Levando em consideração os pontos apresentados e os obstáculos previamente estabelecidos por Cavill e Ritchie, temos aqui um bom filme de espionagem. Quem gosta do gênero e tem a mente aberta certamente vai se divertir.

 


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@oEduardoMoreira