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O Android Go… morreu?

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O Google e sua questionável mania de acabar com os seus projetos…

Sempre vou me lembrar de uma conversa que tive com o Renê Fraga do Google Discovery, onde ele sabiamente tentou me alertar para essa característica da gigante de Mountain View: esta é uma empresa beta, que está sempre testando, tentando e experimentando.

O tempo mostrou que o Renê tinha razão. Se tem uma coisa que o Google sabe fazer muito bem é criar propostas interessantes, deixar elas perdurarem por algum tempo e, depois, abandoná-las, por entender que existem coisas melhores no mundo (ou pela falta de interesse em seguir investindo nessas propostas).

É o caso claro do Android Go que, com as últimas decisões do Google, tem tudo para ser um novo integrante do cemitério de produtos e serviços falecidos dentro da empresa.

 

 

 

Android Go já está morto, se você parar para pensar…

 

 

A decisão de não atualizar mais o Android 11 Go Edition mata automaticamente uma linha de dispositivos que, mesmo escassos, ainda estão nas mãos dos usuários. E talvez o principal motivo para essa atualização não chegar está justamente nessa baixa popularidade da proposta.

Quase ninguém hoje tem um telefone com Android Go, e poucos fabricantes ainda apostam nessa proposta. Logo, é mais do que natural que o Google deixe essa gama de dispositivos desatualizada, por uma série de motivos…

…incluindo, é claro, a obsolescência programada. Já que tudo o que qualquer fabricante de tecnologia deseja é vender novos dispositivos para os usuários.

No caso específico dos proprietários de smartphones com Android Go, como eles foram abandonados à própria sorte, não resta outra alternativa a não ser começar a procurar por outros modelos.

 

 

 

Modelos com hardware limitado e defasado

 

 

Por outro lado, não dá para afirmar também que os dispositivos com Android Go poderiam receber mais atualizações do Android 11, mesmo com as características de software simplificadas que faziam parte da sua estratégia de mercado.

Vários modelos que eu conheço com o Android Go contavam com 2 GB de RAM e 32 GB de armazenamento, o que resultava em um desempenho mais débil e restrito. Agora, imagine como seria se eles recebessem novos recursos do Android 11 que, mesmo com as restrições do Google, seria inevitavelmente mais pesado.

Não imagino se valeria a pena para o time técnico do Google e dos fabricantes que ofereceram telefones com o Android Go investindo tempo e dinheiro no desenvolvimento de uma versão específica do Android para telefones que, no final das contas, iriam entregar uma experiência de uso frustrante após a atualização.

 

 

 

Nem o preço salva o Android Go

 

O último argumento a favor do Android Go era o preço. Era, pois investindo um pouco a mais, vários modelos da Xiaomi e da Realme oferecem muito mais no hardware e no software, já que vão utilizar o Android completo nesses modelos.

Hoje, não vale a pena pagar entre R$ 600 e R$ 800 em um smartphone que não será atualizado e entregará um desempenho que vai trazer mais dores de cabeça do que alegrias. É muito melhor gastar entre R$ 1.000 e R$ 1.500 para ter um telefone que vai funcionar bem por mais tempo.

A decisão do Google em não atualizar o Android Go é uma forma burocrática de dizer que o projeto está morto. Na minha opinião, a partir de agora, é apenas uma questão de tempo e mera formalidade. Se você tem um telefone com essa versão do sistema operacional, comece a pensar na troca do seu dispositivo.

Chegou a hora.


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@oEduardoMoreira