Eu tenho a plena convicção de que o Elon Musk gosta de se meter em polêmicas totalmente desnecessárias, só para se manter em evidência. Brigar com a justiça do Brasil e da Austrália, lançar perfume com cheiro de tequila ou gasolina queimada e entrar no Twitter carregando uma pia de banheiro são apenas ações para autopromoção.
A última que Musk se envolveu está diretamente relacionado com o mundo do cinema. Bom, mais ou menos, já que ele foi acusado de plágio de design em um elemento que não tem absolutamente nada a ver com o lançamento de dois novos carros da Tesla.
Será que Elon Musk realmente não entende a diferença entre “copiar”, “pegar emprestado” e “violar os direitos autorais dos outros”?
Novos carros Tesla vs ‘Eu, Robô’
O caso é o seguinte.
A Tesla revelou dois novos modelos de seus carros autônomos, o Cybercab e o Robovan. E naturalmente, os novos veículos geraram grande repercussão nas redes sociais.
Algo absolutamente normal, considerando a marca e o seu principal envolvido. Tesla e Musk são mediáticos, e chamar a atenção é o que o magnata sul-africano mais quer na vida.
A confusão começa quando, no coquetel de apresentação dos veículos, a Tesla usa o robô Optimus como garçom. E o que seria um sinal de sofisticação e modernidade foi visto como plágio e roubo de propriedade intelectual.
Os robôs são naturalmente comparados com aqueles que aparecem na franquia de filmes ‘Transformers’. Porém, a Tesla garante que são uma criação própria da empresa.
Ou será que não?
O diretor do filme ‘Eu, Robô’, Alex Proyas, foi até a rede social de Elon Musk, o X (finado Twtter) manifestar a sua frustração ao perceber as semelhanças entre os designs adotados pela Tesla para o robô e seus carros e os de seu filme, comparando (por exemplo) o robô Optimus com as forças policiais autônomas do longa de 2004.
De fato, são sim muito semelhantes, para não dizer iguais.
Mas como Elon Musk é um cara que não precisa contratar advogados para defendê-lo na sua rede social…
Sempre aparece alguém para passar pano
Proyas pode até ter os seus pontos para justificar sua reclamação, e eventualmente pode processar Musk por plágio.
Porém, o tribunal da internet (ou melhor, do X), já se encarregou de decretar uma sentença contra o diretor, e foi para o contra-ataque em defesa de Musk e da Tesla.
Os fãs do empresário que bateu de frente com o judiciário brasileiro argumentam que muitos dos designs dos robôs que apareceram em ‘Eu, Robô’ foram inspirados em filmes anteriores como ‘Metropolis’ e estilos art déco dos anos 30.
Já Elon Musk, sempre debochado, chamou a conferência de apresentação dos carros Tesla de ‘Nós, Robô’, reforçando a inspiração clara em obras de ficção científica.
É importante lembrar aos desavisados que usar algo como REFERÊNCIA é uma coisa. COPIAR NA CARA DURA o design de um elemento é algo bem diferente.
É correto dizer que o diretor de ‘Eu, Robô’ registrou as patentes de todos os elementos vistos em cena no seu filme, e se Elon Musk usou o mesmo elemento sem modificações mais evidentes, deveria pagar pelos royalties do elemento utilizado.
Além disso, quando se quer utilizar na íntegra os elementos de outra obra, o correto é comprar os direitos de uso dessa referência.
Como foi o caso recente de Francis Ford Coppola, que lançou a sua versão de ‘Metrópolis’ (que não deu muito certo nas bilheterias).
A polêmica ao menos serviu para reiniciar as discussões sobre a sequência de ‘Eu, Robô’, que em 2007 foi sugerida por Ronald Moore e poderia ser ambientada no espaço.
Mas são apenas rumores. Nada de oficial por enquanto.