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O Linux para PlayStation 2 existiu SIM!

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Tem coisas nesse mundo da tecnologia que a gente nem lembra que existiu. E algumas são impossíveis de serem lembradas, pois jamais chegaram ao mercado de forma ampla e irrestrita.

E isso, porque estamos falando do PlayStation 2, o console de videogames mais vendido da história (157 milhões de unidades vendidas). Um revolucionário, que reproduzia DVDs, era retrocompatível com os jogos do PS1 e tinha “preço acessível” (entenda a ironia).

O que a grande maioria de nós, meros mortais, não sabia que existia era que o PS2 poderia se transformar (literalmente) em um computador pessoal totalmente funcional, rodando o sistema operacional Linux.

E isso completou 22 anos em 2024.

 

Como era esse Kit Linux para PS2

A Sony lançou em 2002 o Linux for PlayStation 2, um kit que permitia transformar o console de videogames em um computador pessoal para fins educacionais e para desenvolvimento de software.

No Brasil, pouquíssimas pessoas ficaram sabendo da existência desse negócio, mas alguns (poucos) produtores de conteúdo (com um conhecimento sobre o assunto maior do que o meu) chegaram a comentar sobre esse kit.

O pacote no valor de US$ 229 que transformava o PS2 em computador para você navegar na internet fingindo que você era um programador de jogos ou de websites para o mercadinho do seu tio contava com os seguintes itens:

  • Disco DVD de instalação do Linux
  • Manual
  • Disco rígido de 40 GB (essencial, pois a PS2 não tinha armazenamento interno suficiente)
  • Adaptador de rede
  • Teclado e mouse USB
  • Cabo VGA especial

Um dos motivos para que você ignorasse até agora esse Linux para PS2 foi a sua instalação, que era complexa para os usuários inexperientes. E na época, os gamers só queriam jogar com o videogame mesmo.

Em compensação, uma vez superado o desafio em instalar um sistema operacional completo em um console de videogames, o usuário receberia como recompensa uma interface de usuário com ambiente Linux totalmente funcional.

Era um computador de toda regra, com ambiente gráfico de destkop, editor de textos e imagens, navegador web e outros softwares. Bom, tudo isso seria bem legal se o desempenho desse equipamento com Linux não fosse uma completa porcaria, já que o PS2 contava com uma RAM com velocidade muito limitada.

E nem poderia ser diferente, pois… ele não foi desenvolvido para isso.

Apesar de algumas lendas urbanas afirmarem que o PlayStation 2 era potente o suficiente para alguns experimentos mais avançados de software como esse, na prática ele é um produto voltado para o entretenimento.

Ou seja, o Linux para PlayStation 2 não tinha vida longa no mercado de qualquer maneira.

 

Por que o Linux não conquistou a PS2?

O “Linux for PlayStation 2” foi recebido com entusiasmo pela comunidade de desenvolvedores e entusiastas da informática na época (como qualquer coisa minimamente diferente que aparecia na época), mas suas limitações marcaram a sua retirada de mercado.

Não dava para comparar o desempenho do PS2 com aquele alcançado por qualquer computador doméstico da época. E por mais que o projeto fosse algo minimamente interessante, a grande maioria dos gamers não se sentiram atraídos pela proposta.

Já que respeitavam o investimento do seu dinheiro naquilo que realmente importava: rodar jogos no PS2.

Por fim, a Sony sequer se deu ao trabalho de desenvolver esse kit com a mínima decência. O sistema instalado emitia um sinal RGB com sincronização em verde (RGsB), que era incompatível com muitos monitores VGA da época.

Ou seja, você era obrigado a usar o Linux no PS2 na tela da TV e não na mesa do seu escritório, tal e como qualquer produtivo espera utilizar.

Então… você que diz que a Sony acerta em tudo… saiba que essa afirmação é bem falsa.

A Sony errou rude no Linux para PlayStation 2. E fico feliz que você soube da existência dele por causa deste artigo.


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@oEduardoMoreira