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O que achei do… Amazon Fire Phone, com proposta de interface 3D

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Enquanto você estava vendo a Holanda passar sufoco contra a Austrália, ou secando a Espanha contra o Chile, Jeff Bezos realizou hoje (18) um evento em Seattle (EUA) para apresentar oficialmente o Amazon Fire Phone, o primeiro smartphone da maior empresa de e-commerce do mundo. Tentando repetir a estratégia já adotada nos tablets Kindle Fire, a empresa lança um telefone com proposta diferenciada, mas presa em um dispositivo de linha média… que custa o mesmo que um iPhone nos EUA.

A pergunta que sempre fica é: será que compensa?

Por partes, como diria o Jack. Diferente dos tablets Kindle Fire, o Amazon Fire Phone quer ser inovador em alguns aspectos, oferece alternativas que podem ser realmente interessantes para quem consome de forma constante os conteúdos multimídia em um smartphone, como buscas na internet de informações relacionadas à músicas e vídeos, e principalmente, na solução de interface em 3D, que com a ajuda de quatro câmeras “persegue” os olhos do usuário o tempo todo, oferecendo assim gráficos tridimensionais dinâmicos, independente da posição do dispositivo.

Ou seja, temos o tão desejado fator inovação em alguns elementos de destaque. Porém… é o suficiente para convencer as pessoas a pagar o mesmo que um iPhone (nos EUA)?

Não sei. Penso que algumas pessoas que já são clientes cativas da Amazon na terra do Tio Sam (e não são poucas, acredite) podem se interessar pelo Amazon Fire Phone justamente por conta de já utilizar as soluções da Amazon de forma constante. Talvez alguns outros poucos devem ficar curiosos sobre como funciona as tais quatro câmeras, o modo FireFly e a experiência dinâmica da interface.

Aliás, são justamente esses elementos que chamou a minha atenção nesse lançamento, e que talvez (quem sabe, de forma remota) justificasse a minha compra.

Porém (e sempre tem um porém), a grande massa de usuários deve olhar para o lado, perceber que o Amazon Fire Phone custa exatamente a mesma coisa que um iPhone (com os mesmos dois anos de contrato; se a opção for pelo dispositivo desbloqueado, o preço é de US$ 649 pelo modelo de 32 GB), que já é um dispositivo consagrado, que as grandes massas já conhecem, e que muito provavelmente deve ser a escolha natural daqueles que não estão dispostos a se aventurar em uma nova proposta.

Sem falar no fenômeno cada vez mais emergente dos dispositivos de linha média com preços competitivos e especificações técnicas bem ajustadas – que por sua vez oferecem um desempenho muito bom dentro dessa proposta, resultando em uma relação custo/benefício melhor que modelos mais caros e, nesse caso, mais inovadores.

Não me entendam mal. O Amazon Fire Phone é uma proposta interessante, traz recursos inovadores, possui um hardware que se ajusta bem ao seu preço, um sistema operacional interessante (o Fire OS, um fork do Android)… mas é um produto que, no meu entendimento, chega ao mercado um pouco salgado demais para um produto Amazon. Levando em conta o histórico de preços da empresa com dispositivos como o e-reader Kindle e com as primeiras versões do tablet Kindle Fire, muita gente esperava um produto com um preço um pouco mais acessível.

Até porque esse foi um dos chamarizes da Amazon com seus produtos.

Ok, compreendo que algumas inovações adotadas por Jeff Bezos e sua turma tem o seu preço, e isso acaba se refletindo no valor final do produto. Mesmo assim, para muita gente, pode parecer uma “forçada de barra” a Amazon adotar o mesmo valor de um dispositivo que é considerado referência, ou do grande concorrente a ser batido.

Talvez Bezos tenha dado um passo além da perna. E olha que o seu produto não é de todo ruim.

Bom, não podemos culpá-los por tentar, não é mesmo?


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@oEduardoMoreira