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O que falta para o Chromebook ser o seu próximo computador portátil?

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Por mais que se afirme que a “era do PC” está chegando ao fim – e tal como conhecemos, está; porém, o conceito de “computação pessoal” mudou muito, mas falo sobre isso em outro post no futuro -, o mercado tenta buscar alternativas para que ele não desapareça de vez. Podemos dizer que os notebooks são verdadeiros sobreviventes, e alguns fabricantes apostam que serão os Chromebooks que representarão uma nova fase nesse segmento de mercado.

Será?

É possível.

Afinal de contas, os Chromebooks atacam onde os PCs convencionais não conseguem mais ser tão atrativos: no fator preço. Um computador com Chrome OS é muito mais barato do que um equipamento com Windows (nesse momento), e isso faz toda a diferença para o consumidor, que na maioria dos casos, sempre quer pagar menos.

Porém, algumas dúvidas persistem. A principal delas?

Eu consigo fazer no Chromebook tudo o que eu já faço em um notebook com Windows?

Por partes, como diria o Jack.

A resposta para essa pergunta muda de caso para caso. São pelo menos dois cenários bem diferentes que precisam ser analisados, com grupos de usuários bem diferentes: os casuais e os profissionais.

Os usuários casuais querem hoje um produto competente para tarefas básicas: acesso à internet, redes sociais, alguns jogos, e-mails, produção de textos simples (em um pacote de aplicativos de escritório com editor de texto e planilhas, no mínimo), ver vídeos, entre outras atividades triviais. Para quase tudo isso, um Chromeook resolve, e muito bem.

Uma coisa que é preciso ter em mente é que os usuários domésticos/casuais não necessariamente precisam de uma máquina potente para realizar a maioria dessas tarefas. Um computador com o hardware dos Chromebooks oferecidos pela Samsung e HP – por exemplo – resolvem muito bem o problema. Até porque a grande maioria das atividades desses usuários já envolvem a internet de alguma forma.

“Ah, mas não tem o Office, e…”. OK. O Google Docs pode “quebrar muito bem o seu galho”, com uma interface muito semelhante ao pacote de apps de escritório da Microsoft, mas sem precisar instalar grandes volumes de dados no seu computador, além de permitir o armazenamento direto na nuvem, com compartilhamento para os diferentes rincões da internet.

A Google também já sacou o potencial do Chromebook, e anunciou na Google I/O 2014 que alguns aplicativos do Android serão compatíveis com o Chrome OS, o que vai ajudar ainda mais na expansão do sistema operacional, ampliando as suas possibilidades de uso.

O único item que eu realmente não aconselharia um Chromebook é para os jogos. A não ser que você se contente em jogar Angry Birds e Cut the Rope no Chrome OS, se você é um gamer mais exigente, o Chromebook não é para você.

Entenda: o Chromebook (assim como o Chrome OS) foi pensado naqueles usuários que estão conectados o tempo todo, que já se acostumaram em armazenar todos os seus arquivos na nuvem, e que terá a certeza absoluta que poderá utilizar essa mobilidade em qualquer lugar. Aliás, aqui mora outro problema: é difícil ter internet em qualquer lugar, não é mesmo?

E contar com o 3G/4G brasileiro é praticamente o mesmo que contar com o nada…

O segundo grupo é o usuário do PC convicto, ou o usuário profissional (ou o hardcore, que pode ser a soma de todos os itens), que é onde eu me encontro. Eu ainda dependo do Windows para trabalhar, e não confio em 100% para deixar os meus arquivos na nuvem. Eu normalmente armazeno coisas que eu sei que, se eu perder, não terei a minha cabeça colocada a prêmio. Logo, o Chromebook não serve para o meu perfil de uso.

Para aqueles que trabalham com plataformas, sistemas e programas específicos, para atividades específicas, ou para os gamers que gostam de jogos mais complexos, esqueça o Chromebook. Você precisa de uma máquina mais avançada para exercer essas atividades, e o portátil com o sistema da Google não foi pensado nisso.

E esse é um ponto importante: as pessoas precisam ter a clara compreensão sobre qual perfil de público que um determinado produto é destinado. Mais: entender que, se o produto não foi feito para o seu perfil de uso, ele não se torna automaticamente “uma porcaria”. Ele só não foi feito para você. Apenas isso.

Em resumo: o Chromebook pode ser sim uma alternativa muito interessante, para os seguintes perfis de uso:

– usuários domésticos e casuais, que pretendem realizar as tarefas mais básicas com esse equipamento
– usuários que não necessitam de programas específicos para realizar suas tarefas
– usuários que precisam de mobilidade, e que contam ao seu dispor com uma conexão de internet em qualquer lugar
– usuários que já estão familiarizados com os aplicativos do Android, e querem utilizar esses apps em um desktop

A Google sabe do potencial do Chromebook, e trabalha na sua expansão. E está dando certo: a prova disso é o aumento dos lançamentos com o Chrome OS, e os novos parceiros que abraçam essa iniciativa.

A Microsoft também está sentindo essa pedra no seu sapato. A prova disso é a redução dos valores de licença do Windows para parceiros que oferecerem computadores por menos de US$ 250, e a gratuidade para dispositivos com telas de até 9 polegadas.

Isso é bom. Faz o cenário de tecnologia mudar, criando uma competição que não existia nesse segmento a muito tempo.


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@oEduardoMoreira