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Obrigado, TIM, por abraçar a luta contra o racismo

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Eu passei boa parte do ano criticando a TIM por causa de suas iniciativas que acabam prejudicando os clientes dos planos pré-pago da operadora, principalmente aqueles que ainda acreditam no TIM Beta (eu pulei desse barco há dois anos). Mas não posso deixar de aplaudir as iniciativas da operadora que afetam diretamente ao povo preto. Aos meus irmãos.

Tá, ainda não é o mundo perfeito, e muitos vão achar que a TIM só está querendo lacrar ou lucrar com temas como diversidade. Mas vejo esses movimentos, que são inéditos e cada vez mais crescentes, como pequenos pontos de mudança que precisam acontecer.

 

 

 

Reeducação do brasileiro. E reeducação da própria TIM

 

Podemos dizer que a TIM está se reeducando e, por tabela, quer reeducar o brasileiro, e não tem nada de errado nisso.

Se você acha que racismo é algo normal porque sempre existiu, lamento em dizer que o mundo mudou, e gente como você não é mais aceita em uma sociedade civilizada.

Fico feliz que a decisão do Magazine Luiza em realizar um programa de estágio para negros dentro da empresa fez um eco e alcançou a TIM, que decidiu do seu jeito oferecer as mesmas oportunidades para pretos e brancos. A operadora inaugurou o seu novo programa de estágio onde reservou 50% das vagas para negros, abrindo as portas para que pessoas que normalmente não contam com chance alguma possam ter uma chance de progredir e vencer.

Sem falar nas ações de anos anteriores da operadora, onde (por exemplo) entregou a sua conta oficial no Twitter nas mãos de um influenciador negro para ampliar a discussão sobre racismo e diversidade no Dia de Combate à Discriminação Racial.

Não é o mundo perfeito, mas é o começo. E é isso o que realmente importa.

Agora, a TIM dá um passo ainda mais ousado, que é oferecer um teclado cujo sistema de correção está programado para alertar sobre o uso de termos considerados racistas.

Sinceramente? Era uma iniciativa que todas as desenvolvedoras de teclados virtuais poderiam tomar.

Não vamos fazer com que a tia Janete, racista juramentada, seja reeducada para entender o quão ofensivo é esse termo. Até porque a tia Janete acredita em fake news, fala Zap Zap e volta em político idiota. Não é uma iniciativa que vai salvar essa alma torpe e envelhecida.

O teclado com corretor para termos racistas é pensado especificamente nas novas gerações. Nos jovens e adolescentes. Por um simples motivo: racismo é uma coisa que as pessoas aprendem desde cedo, e se as novas gerações aprenderem o quanto isso é errado, maiores são as chances desse câncer moral ser erradicado de nossa sociedade.

 

 

 

Toda mudança é bem vinda

 

De novo: eu sou um dos últimos caras que faria uma propaganda de graça para a dona TIM. Ainda acho que ela só quer ferrar com os clientes dos planos pré-pago só para ver todo mundo se convertendo em clientes pós e controle. E eu acho isso algo péssimo.

Porém, como homem negro que precisa lidar todos os dias com o famigerado racismo estrutural, aplaudo de pé as iniciativas da TIM para acabar com um mal que afeta a mim e aos meus irmãos por décadas. Que esses movimentos de mudança sejam repetidos pelas demais empresas de tecnologia e, dessa forma, com o passar do tempo, uma nova sociedade mais consciente sobre a validade da diversidade étnica se consolide, demonstrando uma evolução do coletivo.

Obrigado mesmo, TIM. Dessa vez, você mandou muito bem!


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@oEduardoMoreira