Eu tinha essa desconfiança na minha mente a algum tempo. Mas depois dessa corrida sprint do GP de São Paulo de Fórmula 1, as minhas dúvidas se dissiparam: a McLaren e Oscar Piastri simplesmente ODEIAM o Lando Norris.
Essa dupla nefasta não quer, sob nenhuma circunstância, que o menino com cara de quem visita a avó todo domingo para almoçar o peixe com fritas dela tenha sequer uma mínima chance de vencer o título do Mundial de Pilotos em 2024.
Não que eu acredite que Lando Norris tenha chances reais de ser campeão do mundo esse ano. Porém, as poucas que tem são arrancadas dele pela própria equipe.
Quase que o desastre acontece
Passei boa parte da corrida Sprint esperando pacientemente pela troca de posições entre Piastri e Norris após a largada, pois isso era o óbvio. Tinha que acontecer de qualquer maneira.
Abandonei há muito tempo o meu “eu romântico”, que achava que as trocas de posições na Fórmula 1 eram verdadeiros atentados à competitividade, matando o espírito esportivo.
O meu EU do passado era iludido. Se irritou com o “hoje não, hoje não… hoje sim” (que explica porque o recalcado do Barrichello não vai pilotar a McLaren de Senna hoje), ficou puto com o “Fernando is faster than you” e chamou a Red Bull de “império do mal” diante do “multi 21”.
Hoje, o meu “EU cético” entende que o jogo de equipe faz parte, e que no caso da McLaren contra Max Verstappen, tem mais é que acontecer mesmo, pois é um desafio enorme tentar tirar o quarto título mundial do holandês.
Conforme o tempo passava, conseguia sentir a angústia na alma de Norris, desesperado e até desiludido diante da indiferença da equipe às suas necessidades dentro do campeonato.
E quando aquela Haas do Hulkemberg parou em pista, comecei a berrar para a televisão, pedindo a troca de posição.
Eu simplesmente não conseguia acreditar que os estrategistas da McLaren poderiam ser tão burros a ponto de deixar Norris naquela situação limite.
Quase que a teimosia vira um fiasco típico de sitcom. Seria humilhante se Verstappen conseguisse ultrapassar Norris antes do fim da Sprint.
O amor acabou?
Entre Piastri e Norris? Pode ter certeza que sim.
Desde a Hungria que essa dupla não se entende mais, e o que aconteceu hoje tem um tom de recado claro um para o outro.
Piastri passou hoje pela mesma DR que Norris enfrentou na Hungria, e o tempo está mostrando sim que o mundo dá voltas para todos eles.
Mas é o mesmo tempo que mostra que, de forma cruel, cada escolha é uma renúncia.
Se Norris não tivesse cedido a vitória para Piastri na Hungria, o australiano poderia ter complicado a vida dele hoje em Interlagos.
Por outro lado, se Lando fosse egoísta e ficasse com a vitória naquela oportunidade, a diferença de pontos dele para Verstappen hoje seria MENOR, mesmo que Piastri desse o troco ao não ceder a posição.
Enquanto isso, a McLaren só assiste. Pois para ela, o que importa é o campeonato de construtores e nada mais.
Pobre Norris. Dorme com dois inimigos e só agora descobriu isso…