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Onde The Voice USA acerta, e onde The Voice Brasil já está errando?

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Eu sei que eu disse que um dos grandes males da Humanidade é justamente a comparação das coisas. Mas, nesse caso em especial, a comparação acaba sendo direta. Afinal, estamos falando do mesmo programa, ou do mesmo formato de programa. A franquia The Voice é um sucesso, e acredito que o programa esteja fazendo sucesso no Brasil, pelas mãos da Rede Globo. Mas, comparado ao mesmo programa exibido nos Estados Unidos, a versão nacional acaba escorregando, e feio.

E o motivo desse escorregão está justamente na implementação colocada nessa nova temporada na versão norte-americana: a regra do “steal” (ou “roubo”) nas Battle Rounds.

A nova regra foi anunciada por Mark Burnett, produtor executivo da versão norte-americana de The Voice, e temo como objetivo aumentar a competitividade entre os treinadores, e oferecer uma nova chance para ótimos candidatos que são eliminados de forma precoce. A medida estendeu o programa em algumas semanas. Em compensação, já resulta em efeitos práticos, como tornar a fase das batalhas algo mais divertido, e obrigando os treinadores a pensar muito mais antes de tomar uma decisão de escolher um candidato e desistir do outro.

Em The Voice Brasil, a regra existe, e é essencialmente a mesma, com a mesma mecânica. Porém, existem as “barrigas”. A primeira delas é que a versão brasileira oferece uma vaga a mais para o resgate (3, contra 2 da versão norte-americana). A segunda está na influência dos convidados na decisão dos vencedores das batalhas. Ok, isso também é feito para colocar uma maior participação aos artistas que foram convidados ao programa. Porém, esse tipo de influência externa interfere de forma decisiva na escolha do mentor, que no final das contas, deveria decidir de forma autônoma, baseado naquilo que acabou de ver.

Além disso, nessa fase da competição (as Battle Rounds), as escolhas ruins feitas por alguns mentores ficam mais evidentes e visíveis, o que tira um pouco a graça do negócio. Aqui, é notável a diferença entre os dois programas. E vale lembrar que, nessa temporada, os mentores de The Voice US escolheram 16 candidatos para a próxima fase, e quanto maior o número de escolhas, maiores as chances de você descobrir bons cantores. No caso de The Voice Brasil, já era difícil estender o programa por causa da data de sua estreia (tanto que os programas são preenchidos com os mentores fazendo performances ao vivo), mas isso não implica que no futuro isso seja mudado, em uma temporada maior.

Para concluir, a temporada em si de The Voice Brasil perde na carisma de seus mentores. Até agora, não há química suficiente entre Lulu Santos, Carlinhos Brown, Claudia Leitte e Daniel para que justifique ficar 1h30 diante da TV para ver o programa. Nem culpo Tiago Leifert, pois tal como Carson Daly, ele não aparece o tempo todo no programa. Quem faz o programa, além dos candidatos, são os mentores, que atuam o tempo todo no programa. Eu ainda assisto The Voice Brasil pela dinâmica do programa, e porque gosto muito de realitys. Mas devo confessar que está ficando difícil.

Admito que já estou vendo mais as interações do Twitter durante o programa, ouvindo as músicas e os comentários. Até porque não dá pra ver duas telas ao mesmo tempo, o tempo todo.


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@oEduardoMoreira