Dois incidentes ocorreram no GP de Mônaco de Fórmula 1 em 2024, e só por causa disso podemos dizer que alguma coisa aconteceu nas ruas de Monte Carlo. E não quero diminuir a conquista de Charles LeClerc, pois acabar com uma maldição na vida não é para qualquer um.
Mas é importante fazer uma análise um pouco mais aprofundada das duas confusões ocorridas na largada, pois o que mais desejo ver neste momento é as cabeças dos dois culpados pelos incidentes rolando. Ou agradecer aos envolvidos pelo entretenimento entregue.
Então, vou dar a minha opinião sobre os incidentes de Mônaco, como seu eu fosse um verdadeiro especialista sobre o assunto.
E na verdade, eu sou.
Sergio Perez vs Kevin Magnussen (com participação de Nico Hülkemberg)
Eu não dou a mínima para o que pensa os comissários da FIA, pois são os mesmos que colocaram o Safety Car na posição errada em Miami, o que é motivo para choradeira dos fãs do Verstappen até hoje.
Não considerarem o Magnussen o culpado do acidente que basicamente moeu a Red Bull de Sergio Perez nos muros de Monte Carlo é muito mais uma questão de percepção individual do que enxergar a realidade dos fatos tal e como eles aconteceram. E mesmo que o piloto mexicano tivesse dito (em tom de sarcasmo) que não entendeu que Kevin estava realmente tentando ultrapassá-lo, não creio que a decisão foi a mais inteligente de todas.
Tanto, que Hülkemberg foi pego de roldão na batida, pois foi alvo do rebote do carro do Perez girando que nem um descontrolado após o toque de Magnussen.
Tá, tem aqueles que vão dizer que foi realmente uma infelicidade, um acidente de corrida em um local onde a largada é tradicionalmente caótica. E até posso concordar com isso (em partes), já que Carlos Sainz teve problemas com toques e teve o incidente com os carros da Alpine (que foi mais estúpido do que esse).
Mas para tudo o que Magnussen já fez nessa temporada, e considerando o fato de que ele precisa mostrar desempenho para sobreviver na equipe, não posso deixar de achar Kevin um imbecil por tentar ultrapassar em um local onde não tinha espaço para isso.
Esteban Ocon vs Pierre Gasly
Este duelo está bem mais fácil de definir um culpado, e eu não sou o único que defende essa perspectiva.
O que Ocon fez com o Gasly hoje em Mônaco pode ser considerada “a gota d’água no copo metafórico transbordando” na relação entre os dois pilotos, e até mesmo da chefia da Alpine com o próprio Ocon. Tanto, que não demorou nem 10 voltas para que Mariana Becker trouxesse a informação de que Esteban era sim considerado o culpado pela confusão em pista.
Aqui, dá até para pensar que Ocon agiu de forma intencional. Quero dizer, ele quis passar porque o piloto do lado era o Gasly, alguém com quem ele nutre uma relação pouco amistosa há muito tempo.
Se foi exatamente isso o que aconteceu, posso muito bem pensar que a burrice dele foi potenciada por três (pelo menos), pois questões pessoais não podem colocar em risco a própria corrida e o desempenho da Alpine como um todo.
Mas quero imaginar, de forma bem racional, que Ocon foi apenas um imbecil que não mediu as consequências do seu ímpeto em superar o companheiro de equipe. Menos mal que Gasly concluiu a prova e marcou o primeiro ponto para a Alpine no ano.
A decisão para Ocon já saiu. Ele vai perder cinco posições no grid de largada no GP do Canadá, a próxima etapa do campeonato, além da multa a ser paga.
E eu acho é pouco. Na minha modesta opinião, Ocon gastou sua última vida na Alpine hoje. Por mim, é game over para ele.