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Os problemas de Lando Norris no GP da China podem esconder os segredos para derrotar a McLaren em 2025?

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A tradicional cor papaia dos carros da McLaren dominou o pódio do Grande Prêmio da China com uma dobradinha que reflete o momento excepcional vivido pela equipe britânica. Mas nem tudo são flores, mesmo com o cenário de triunfo.

Lando Norris teve sérios problemas nos freios no final da corrida, e o desempenho da McLaren durante a corrida sprint denunciou um possível problema de gestão no desgaste de pneus no carro de 2025, algo que o carro do ano passado era notavelmente superior em relação aos concorrentes.

Será que esse problema de Norris pode esconder algum ponto débil de um carro que começou como incontestável dominante no início da temporada? Os adversários podem explorar melhor esse possível problema da McLaren para equilibrar o campeonato?

 

Foi tudo culpa do Lando Norris?

Vamos ver.

Lando Norris largou na terceira posição no grid da China, e rapidamente ultrapassou George Russell logo após a largada, estabelecendo uma formação da McLaren na liderança que permaneceria até o final da prova.

O britânico manteve um ritmo forte durante toda a corrida, administrando a distância para Russell e seguindo as orientações estratégicas do muro de boxes, que incluíram mensagens para “usar algum ritmo” quando a equipe percebeu que a vantagem para o piloto da Mercedes estava diminuindo perigosamente para menos de três segundos, o que poderia colocar Norris dentro da zona de DRS.

Ou seja, tudo o que Norris fez na corrida foi seguir as orientações da McLaren para manter a posição, já que, em teoria, ele não teria ritmo suficiente para atacar Piastri. E, de fato, não houve ataque ao piloto australiano, o que poderia resultar em maior desgaste dos pneus e do sistema de freios, por conta da pilotagem mais agressiva.

O que parecia ser uma tranquila celebração da dobradinha para a McLaren transformou-se em um momento de tensão nos estágios finais da corrida, quando Norris reportou problemas nos freios.

 “Meu freio está indo longe”, alertou o britânico pelo rádio, com o muro dos boxes confirmando que a situação tenderia a piorar até o final da prova. A equipe técnica imediatamente alertou Norris para não correr riscos, priorizando a chegada do carro ao final da corrida e garantindo os preciosos pontos do segundo lugar.

“Foi assustador. É como meu pior pesadelo quando os freios começam a falhar”, confessou Norris após descer do carro. “Estava perdendo entre dois e quatro segundos nas últimas voltas. Fiquei realmente assustado, mas sobrevivi e cheguei ao fim.”

“Houve momentos divertidos”, comentou Norris. “O início foi praticamente como planejei, então a manobra na curva 1 saiu conforme esperado. Quando George me ultrapassou nos boxes, fiquei nervoso, mas nosso ritmo era muito superior no segundo stint.”

Quanto à possibilidade de ter desafiado Piastri pela vitória sem os problemas de freio, Norris foi diplomático: “Não importa. Ele mereceu a vitória e pilotou muito bem durante todo o fim de semana. Estou satisfeito com o segundo lugar.”

 

A culpa foi toda da McLaren?

Vejamos.

O drama adicionou uma camada extra de nervosismo para os torcedores da McLaren, especialmente quando a diferença entre Norris e Russell diminuiu drasticamente nas voltas finais, chegando a apenas 1,3 segundos na bandeirada.

A gestão do problema mecânico por parte de Norris demonstrou a experiência adquirida pelo piloto britânico, que soube dosar seu ritmo para preservar o equipamento sem comprometer demasiadamente sua velocidade.

A habilidade de gestão de Norris foi crucial para manter Russell atrás, garantindo assim os 18 pontos do segundo lugar e contribuindo significativamente para a pontuação da McLaren no campeonato de construtores.

É claro que temos que considerar aqui as variáveis climáticas e da própria pista, que mudou de comportamento ao longo das mais de 1h30 de prova. E que problemas de freios também aconteceram com a Aston Martin, a ponto de retirar Fernando Alonso da corrida de forma precoce.

Logo, pode ser uma questão pontual da McLaren para um circuito com asfalto novo e condições climáticas que variaram ao longo do final de semana. Quem sabe a equipe pode coletar os dados para entender melhor o que aconteceu e corrigir os eventuais problemas detectados na China.

De qualquer forma, a dobradinha no território chinês consolida a ascensão técnica da equipe dirigida por Andrea Stella, que parece ter encontrado o caminho para desafiar a hegemonia da Red Bull, cuja performance abaixo do esperado no circuito de Xangai reacende as esperanças de uma disputa mais acirrada pelo título de construtores na temporada 2025.

A McLaren ainda tem o melhor carro de 2025 neste momento. Mas todas as equipes certamente observaram com atenção o desgaste de pneus e freios desse carro na China.

Quem sabe o segredo para derrotar a equipe papaya esteja escondido nessas anormalidades momentâneas.

 

Via Formula1.com


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