Press "Enter" to skip to content
Início » Especial » Oscar 2019 lembrou que Spike Lee e Paul Schrader existem

Oscar 2019 lembrou que Spike Lee e Paul Schrader existem

Compartilhe

Dois nomes entre os indicados ao Oscar 2019, Spike Lee e Paul Schrader, receberam as suas primeiras indicações aos prêmios da Academia, por Infiltrados na Klan (direção) e Coração da Escuridão (roteiro), respectivamente.

Há 30 anos, Kim Basinger manifestou o seu descontentamento com a marginalização que os membros e os votantes da Academia submeteram ao filme Faça a Coisa Certa, de Spike Lee. E depois de receber a indicação, Lee deixou um recadinho em uma entrevista, onde afirma que, talvez, “30 anos foi muito”.

Lee recebeu um Oscar honorário em 2015, antes da cerimônia de 2016, que aceitou de bom grado, apesar de depois alertar que não compareceria à cerimônia de fevereiro. Na época, o seu argumento era que, pelo segundo ano consecutivo, os 20 indicados nas categorias de ator e atriz eram todos brancos, e questionou: “nós, negros, não sabemos atuar?”

E estamos falando de um diretor com filmes espetaculares, como Faça a Coisa Certa, Malcolm X, O Verão de Sam e A Última Noite. E, ainda assim, jamais entrou na briga para o Oscar. Até agora, com Infiltrado na Klan, trabalho estupendo em parceria com a Blumhouse e Jordan Peele.

Já Pual Schrader afirmou que, apesar de nunca ter respeitado a Academia (é o mínimo que esperamos dele como declaração sincera), ele se mostra muito agradecido pela indicação. Schrader tem uma longa trajetória como roteirista e diretor de filmes cheios de ira e solidão.

Como roteirista, tem história com a sua parceria com Martin Scorsese em filmes como Taxi Driver, Touro Indomável ou A Última Tentação de Cristo.

Como diretor, Coração da Escuridão (e muita gente entende que Ethan Hawke poderia estar no lugar de Rami Malek na lista de indicados) é provavelmente o seu melhor trabalho. Fica claro que o seu cinema não é para as massas, mas a sua trajetória merecia um reconhecimento em forma de estatueta, especialmente por um dos seus já clássicos trabalhos reacionários, que é um soco na boca do estômago da moralidade.

 

 


Compartilhe
@oEduardoMoreira