E tudo começou com “Hymne A L’Amour”.
Franceses… seus safados!
Paris, a “cidade do amor”, convidou o mundo para se apaixonar pelos seus Jogos Olímpicos, e todos nós fomos seduzidos pela Cidade Luz.
Ou melhor… fomos convencidos que Paris estava mesmo sentindo falta dos Jogos Olímpicos, segurando esse amor platônico no coração por 100 longos anos.
E… não tinha como não se apaixonar.
Os Jogos Olímpicos Paris 2024 foi uma autêntica declaração de amor ao esporte. Vencer partidas ou conquistar medalhas quase foi um item de segundo plano diante de tudo o que sentimos ao longo de pouco mais de duas semanas de competição.
De um jogo de futebol masculino maluco que só terminou duas horas depois do apito final à decisão do quadro geral de medalhas por apenas um ponto no basquete feminino, a montanha-russa de emoções foi intensa, com altos e baixos bruscos.
Tal e como a vida é.
Nos sentimos imersos em uma experiência que reflete parte de nossa essência e existência humana, onde o esporte (mais uma vez) refletiu aspectos de nossas vidas que carregamos conosco cotidianamente.
Se você não chorou com o ouro de Beatriz Souza no judô, procure um terapeuta, pois você tem uma pedra no lugar do coração e sérios problemas emocionais que precisam ser resolvidos.
E se você não se mijou de rir com o meme protagonizado por Anthony Ammirati, atleta francês do salto com vara que foi eliminado da competição “por derrubar a vara com a própria vara”, você precisa “furar a bolha” e acompanhar esportes nas redes sociais.
Até convite para protagonizar filme adulto veio para ele. O que é um bom negócio para quem não ganhou medalha por causa da generosa vara.
Sério, você está perdendo muitas coisas divertidas que a internet oferece.
Enfim…
Falando sério. Eu realmente vou sentir saudades de Paris 2024.
Mas sei que alcancei o meu objetivo de aproveitar cada dia de competições, e ser (de novo) testemunha ocular da história.
Ver uma fadinha ser a mais jovem pessoa a conquistar duas medalhas olímpicas. Ver uma Rebeca brilhar no solo da ginástica. Vibrar com as mulheres no futebol e a “última dança” de Marta com uma medalha olímpica. Comemorar com Ana e Duda no vôlei de praia.
As lágrimas do Zé Roberto. A conquista na marcha atlética. A decepção dos nossos atletas que não alcançaram e, mesmo assim, conquistaram.
Os Jogos Olímpicos das mulheres brasileiras.
De Maria Lenk (em 1932) até Rebeca Andrade (a maior medalhista olímpica brasileira), um ciclo se fecha para consolidar a importância das mulheres em nosso esporte.
Se não fosse pelo sexo forte, não teríamos medalhas de ouro.
Estou até feliz por constatar que o “Dream Team” do basquete é um só, e qualquer outro que vem depois daquele time é cópia genérica.
Não. Paris 2024 não foi perfeito.
Não passo pano para os perrengues que Paris ofereceu para atletas e turistas porque… “ah, se fosse no Brasil…”.
Mas… foi desse jeito. E foi lindo!
Paris 2024 vai deixar saudades. Aprendi tanto sobre arte, cultura, história, música e esportes em apenas duas semanas, que meu desejo é que o evento durasse três meses.
Emocionante. Com problemas. Com breaking. Mas tudo muito intenso.
Como a vida deve ser.
Agradeço aos deuses que protegeram atletas e torcedores. E a Cidade Luz por dar holofote para atletas extraordinários.
E tudo terminou com “My Way”.
Porque… a grande medalha da vida é ter a chance de fazer do nosso jeito. Vencendo ou perdendo.
Agora, vem a realidade. A normalidade.
Ou quatro longos anos de espera.