Ao longo desses anos morando em Florianópolis, minha percepção sobre o Campeonato Catarinense e a rivalidade entre Avaí e Figueirense foi mudando. De uma competição com personalidade própria e um clássico com charme de ser centenário, agora entendo que o torneiro nada mais é do que um campeonato de várzea televisionado, com uma rivalidade patética entre os dois times da capital catarinense.
O campeonato é objetivamente fraco, com jogos ruins e com um regulamento absurdamente injusto, que permite a aberração de promover um time como campeão sem ter a capacidade de vencer uma partida sequer ao longo de toda a fase final, empatando todo os jogos.
O Avaí de 2025 foi, talvez, o mais patético campeão estadual que já testemunhei em toda a minha existência de mais de quatro décadas neste planeta. Ao longo do campeonato, conseguiu perder o clássico contra o maior rival jogando em casa e com um jogador a mais desde o primeiro minuto de jogo, e na última rodada, quando poderia garantir o mando de campo até a final, conseguiu perder para o Criciúma, com atuação pífia.
Era óbvio que a final entre Avaí e Chapecoense teria algum tipo de polêmica. O que eu não esperava é que se produzisse um dos maiores equívocos (e aqui, serei ponderado, pois não tenho provas para afirmar que foi um roubo) que eu testemunhei em toda a minha vida.
Uma bola dividida, onde em mais de um ângulo de câmera se vê claramente que o zagueiro da Chapecoense chegou antes na bola, se marca um pênalti que simplesmente não aconteceu. Se aquilo é um pênalti, eu sou o Michael Jordan.
Simples assim.
O Avaí não tem absolutamente nada a ver com isso. Não tem culpa em ser o melhor em um campeonato com nível técnico medíocre. Foi o melhor dos piores com certo mérito.
O que realmente incomoda é a Federação Catarinense, que é quem organiza essa várzea.
Um VAR, que só deveria interferir em ERROS CLAROS DA ARBITRAGEM, interfere decisivamente no resultado de todo um campeonato. A escalação de um árbitro caseiro, que sentiu claramente o peso do jogo. A permissibilidade na invasão de campo dos torcedores do Avaí após o final do jogo.
Toda essa falta de organização se refletiu na série final de dois jogos, com lances polêmicos (repito, mesmo com o VAR, que deveria garantir o acerto e a isenção do resultado) e enorme dúvida razoável sobre a lisura do resultado. São evidências claras do quão ruim é esse Campeonato Catarinense, que não faria falta alguma para o futebol como um todo se simplesmente desaparecesse do planeta Terra.
E o que é mais irônico de tudo isso…
Durante os últimos anos, eu ouvi de amigos avaianos que o Figueirense era “o time do tapetão”, porque recorreu à justiça para ter resultados que o beneficiavam.
Agora, sei que o Avaí, que se acha Real Madrid, é tão pequeno quanto o rival, que acredita que é Barcelona.
A rivalidade, que levou os dois times do nada para lugar nenhum, é nivelada por baixo até nisso.
A partir de agora, é correto dizer que: sem a ajuda da arbitragem, o Avaí não consegue ser campeão.
Fato.