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Piastri domina GP da China com dobradinha da McLaren: Norris ameaçado?

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Lando Norris agora está oficialmente ameaçado pelo companheiro de equipe? Quem sabe já se sentisse assim desde a Austrália, pois sentia que Oscar Piastri tinha ritmo para vencer em casa, mas por erro dele mesmo, perdeu a chance.

A frustração de Piastri foi maturada de forma adequada, pois apenas uma semana depois, temos uma resposta contundente por parte dele. E Norris terá que mostrar que tem cabeça no lugar desde já para não perder a sua chance de ser campeão do mundo.

Oscar Piastri converteu sua pole position em uma vitória incontestável no Grande Prêmio da China, liderando uma dobradinha da McLaren. O australiano superou a decepção do erro cometido em sua corrida caseira na semana anterior, controlando as 56 voltas no Circuito Internacional de Xangai com maestria.

 

Piastri, mais uma ameaça para Norris

Lando Norris completou o resultado perfeito para a equipe de Woking, cruzando a linha 9,7 segundos atrás do companheiro após enfrentar problemas nos freios nas voltas finais. A equipe do pitwall instruiu Norris a não assumir riscos para garantir o resultado histórico.

É claro que os problemas no carro limitaram Norris no trecho final da corrida. Mas… parando para pensar de forma fria e racional, Lando nunca foi páreo para Piastri, ao longo de todo o final de semana na China.

Piastri treinou melhor, fez uma corrida Sprint com BEM MENOS erros, classificou o carro na pole e venceu de ponta a ponta. Em nenhum momento Norris demonstrou ser combativo ou competitivo na China, o que liga o sinal amarelo para ele.

Sem falar que o piloto inglês passou a ter uma concorrência indigesta nesse começo de campeonato. Por mais que ele esteja liderando neste momento, a diferença que ele tem para o quarto colocado, que é justamente Oscar Piastri, é de apenas 10 pontos.

Não há uma dominância na liderança da disputa neste momento, e todos os concorrentes de Lando vão aproveitar para somar pontos que serão importantes no final.

Exemplos.

George Russell garantiu o terceiro lugar para a Mercedes, resistindo à pressão inicial de Charles Leclerc, que mais tarde seria desclassificado por irregularidades técnicas (daqui a pouco eu falo sobre a porcaria de prova que a Ferrari fez).

O resultado para Russell é surpreendente, mais ainda para a Mercedes, que ainda não disse a que veio em 2025. O carro se alterna entre bons e maus momentos, mas pelo simples fato de ter pelo menos um piloto entre os quatro primeiros da temporada e com uma janela de pontuação que impede a ascensão de uma força dominante, ao menos já podemos dizer que temos progressos na equipe.

E Max Verstappen terminou em quarto com uma Red Bull menos competitiva do que o habitual, confirmando suas previsões pessimistas após a Sprint.

Verstappen é genial não só porque está consciente de que tem um carro inferior neste começo de temporada. A forma em como ele enxerga a competição como um todo, não apenas na racionalidade em disputa de cada prova, mas na importância em conquistar o máximo de pontos possível, o posiciona sempre como favorito ao título.

Afinal de contas, acontece de tudo na corrida, e ele é segundo colocado no campeonato de pilotos… por enquanto.

 

Mais uma corrida “mais ou menos”

A corrida foi ainda menos interessante que a abertura da temporada na Austrália, concentrando-se principalmente nas estratégias de pit stop. O resultado disso é uma manutenção de posições na ponta, com algumas disputas interessantes no pelotão intermediário.

Contrariando as previsões da Pirelli de que seriam necessárias duas paradas, a maioria dos pilotos completou a prova com apenas uma visita aos boxes. Aqui, méritos para McLaren e Mercedes, que contam com carros mais equilibrados para gerenciar os pneus.

No caso de Verstappen, eu realmente duvido que a Red Bull está acertada o suficiente para preservar pneus como se espera. Isso é muito mais mérito do piloto holandês do que do carro. Tanto, que Max sofreu para terminar a corrida sprint, em função do desgaste além da conta dos pneus médios.

E uma das lambanças da Ferrari aconteceu, de novo, na estratégia de pits do Hamilton, que parou para uma nova troca para pneus duros, quando (em teoria), poderia ficar na pista, tal e como Leclerc fez.

Por outro lado, o carro de Hamilton estava danificado (e, depois, descobrimos que estava irregular), e se ele ficasse na pista, teria o mesmo fim que Leclerc: seria ultrapassado por Max Verstappen, com pneus novos.

O início da prova trouxe emoção quando Hamilton e Leclerc conseguiram ultrapassar Verstappen, mas colidiram logo em seguida. Leclerc danificou sua asa dianteira e optou por não trocá-la durante seu pit stop.

Esse incidente selou o destino de ambos na corrida. Hamilton e Leclerc perderam performance, e ambos poderiam ir além na corrida. Se bem que o monegasco seguiu com bom desempenho, a ponto de ser competitivo com uma asa quebrada.

Esteban Ocon brilhou com a Haas ao conquistar o sétimo lugar, beneficiando-se das desclassificações pós-corrida. Os comissários de prova excluíram Leclerc e Pierre Gasly por violações de peso, enquanto Hamilton perdeu seus pontos devido à espessura irregular do assoalho.

Não muda muito o fato de que Ocon fez mesmo uma boa prova. Dá para dizer que ele se beneficiou sim da incompetência alheia mostrando o seu trabalho, e um sinal de que a Haas pode deixar de ser um carro de fundão do grid.

Kimi Antonelli, Alex Albon e Ollie Bearman completaram o top 10, com Lance Stroll e Carlos Sainz herdando pontos após as penalizações. Fernando Alonso abandonou cedo com problemas nos freios de sua Aston Martin.

Antonelli continua discreto na Mercedes, mesmo com mostras de ser diferenciado em sua performance na chuvosa Austrália. Outro que se recuperou do desastre de Melbourne foi Bearman, que também se beneficiou da melhora da Haas.

E Albon, assim como está acontecendo com outras relações com novos companheiros de equipe, está dominando um apagado Carlos Sainz. Normal: ele conhece mais o carro, e o espanhol ainda está tentando se entender na nova equipe.

A corrida foi precedida por um momento emocionante de homenagem ao falecido Eddie Jordan, figura lendária da Fórmula 1 que morreu no início da semana.

“Foi um fim de semana incrível do início ao fim”, celebrou Piastri após a vitória. “O carro esteve absolutamente mega o tempo todo. A equipe fez um trabalho extraordinário com essa dobradinha. Estou muito feliz.”

A Fórmula 1 agora entra em uma semana de folga antes de seguir para Suzuka, onde acontecerá o Grande Prêmio do Japão entre os dias 4 e 6 de abril.

 

Via Formula1.com


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