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Por que a Netflix não está feliz, mesmo com 200 milhões de assinantes?

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A Netflix alcançou a expressiva e importante marca de 200 milhões de assinantes ao redor do mundo. Não é pouca coisa, convenhamos. Porém, tem gente dentro da plataforma que não está feliz com esses números.

Não é ganância ou perfeccionismo neste caso. A Netflix sempre esteve preocupada com o seu próprio futuro. Em 2013, quando a plataforma foi lançada no Brasil, eu me lembro muito bem que Reed Hastings, CEO da empresa, disse com todas as letras que, em algum momento no futuro, as outras empresas iriam detectar qual era o segredo do modelo de negócio deles, e que iriam seguir o mesmo caminho.

E, por causa disso, a empresa já planejava o próximo passo: a produção de conteúdos originais.

O tempo mostrou que Reed tinha razão. Se não fosse esse movimento na aposta de produções originais, a Netflix jamais chegaria aos 200 milhões de usuários.

Agora, a consequência dessa previsão de futuro hoje bate na porta da empresa. E isso incomoda, e muito.

 

 

 

São 200 milhões, mas o Disney+ já tem mais de 86 milhões

 

Os números podem até parecer frios, mas não são. Neste caso em particular, são bem mais quentes do que podemos imaginar.

A Netflix, como conhecemos hoje (oferecendo o serviço de streaming, já que antes era uma locadora que entregava os discos de DVD na porta da casa dos assinantes), nasceu em 2007, e só teve o “boom” que teve em 2013. Então, pense que a plataforma levou pelo menos 14 anos para alcançar 200 milhões de assinantes.

Tudo bem, algumas variáveis precisam entrar na equação, como a popularização da internet de banda larga e até mesmo a popularização da própria Netflix. Mesmo assim, são 14 anos para alcançar essa marca.

Agora, olhe para o lado, e veja a Disney+ alcançando em pouco mais de um ano nada menos que 86 milhões de assinantes. Isso é quase a metade do volume de assinantes da Netflix neste momento, e esses números só devem aumentar nos próximos anos.

É indiscutível o fato que a Disney é hoje uma séria concorrente da Netflix. Mais do que Amazon Prime Video, Apple TV+, HBO Max, Peacock e várias outras que apareceram e ainda estão acontecendo. E ninguém quer ter como adversário o Mickey, principalmente quando ele está usando a luva do Thanos.

Agora, imagine o Than… ops, quero dizer… o Mickey vindo para cima de você com uma galera. E uma galera poderosa. Do nível “eu tenho dinheiro suficiente para comprar você, se eu quiser”.

Ninguém quer isso, certo?

 

 

 

Cada vez mais difícil para a Netflix expandir o seu negócio

 

O grande desafio da Netflix para os próximos anos é, ao mesmo tempo, a missão mais importante para as plataformas de streaming: crescer e conquistar público.

A Netflix não tem a mensalidade mais barata entre as plataformas de streaming, mas conta com um catálogo de conteúdo dos mais completos. A empresa entende que, para justificar a cobrança dessas mensalidades, precisa seguir investindo em produção de conteúdo. Porém, os custos operacionais serão cada vez mais altos, e as margens de lucro podem ser menores.

E não apenas porque tudo está mais caro, o que faz com que alguns usuários acabem desistindo do serviço. Mas também porque a concorrência nunca foi tão pesada, oferecendo produtos atraentes com preços competitivos.

Vamos ver quanto tempo que a Netflix vai aguentar sem flexibilizar o seu modelo de negócios. Por enquanto, os 200 milhões podem (e devem) ser comemorados, mas podem ser irrelevantes se o Disney+ tomar de assalto boa parte do público da plataforma do grande N vermelho.


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@oEduardoMoreira