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Por que comer de madrugada é uma péssima ideia, sob o olhar da ciência

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Eu sei que este post também é para mim, já que sou um adepto dessa nobre arte gastronômica. E vou tentar me disciplinar a partir de agora a partir das informações que vou compartilhar com você no texto a seguir.

Por outro lado, eu sei que isso é bem difícil. A ansiedade, a fome e o desejo de dormir sem qualquer tipo de vazio no corpo ou na alma são motivadores para seguir comendo ao longo da madrugada.

Infelizmente, esse é um péssimo hábito para o ser humano. E a ciência está aqui para explicar por que você não deve comer durante as madrugadas.

 

Por que comer durante as madrugadas é algo tão errado?

Especialistas já apresentaram estudos que mostram que o hábito de comer alguma coisa antes de dormir está diretamente vinculado com maiores níveis de sobrepeso e obesidade, do aumento de gordura no corpo e a inabilidade para a perda de peso.

Explicações muito claras sobre o efeito não foram detalhadas, mas podemos imaginar que enquanto dormimos, o nosso metabolismo vai trabalhar de forma bem mais lenta, o que reduz a queima de calorias no organismo.

Nós comemos de madrugada pelo motivo mais óbvio do mundo: porque sentimos fome. Estudos científicos que analisaram o comportamento do corpo com dietas mais carregadas de manhã e pela tarde, o grupo que mais consumiu calorias durante o jantar e menos pela manhã era justamente aquele que manifestava mais fome antes de dormir.

Ou seja, a teoria do “coma como um rei no café da manhã, almoce como um príncipe e jante como um mendigo” tem a sua razão de ser.

A sensação de saciedade e fome são regulados por dois hormônios: a leptina e a grelina, respectivamente. Em outro estudo, foi analisado os horários de alimentação com base nas horas de sono dos pacientes, considerando também a presença desses hormônios no sangue.

A única coisa que foi alterada nos grupos de participantes foram os horários das três refeições durante o dia, considerando os mesmos menus para os dois grupos. A diferença de tempo entre eles era de quatro horas, um intervalo considerável para qualquer organismo.

Além das alterações hormonais, os investigadores analisaram o consumo energético de cada participante, além do tecido adiposo de algumas pessoas para estudar as variações neste aspecto. Aqui, a grande variedade de dietas existentes para as diversas dietas mais atrapalha do que ajudam, já que os nutrientes consumidos dependem dos produtos que consumimos, do tamanho do prato e da elaboração do cardápio.

Considerando todas essas variáveis, os cientistas colocaram os participantes em um ambiente controlado, com os horários de comida estabelecidos em função dos horários do sono, outro fator que precisava ser controlado no estudo.

 

Os efeitos quantificáveis

Os resultados do estudo confirmaram as diferenças nos níveis de grelina e, especialmente, nos níveis de leptina entre os grupos. E isso explica a maior sensação de fome já detectada em outros estudos. Ao analisar o consumo energético, foi constatado que aqueles que se alimentavam com atraso queimavam calorias em um ritmo inferior, além de uma maior tendência de produção de tecido adiposo e acúmulo de gorduras no corpo.

Os hábitos que adotamos ao longo da vida não surgem do nada, e você pode modificar o seu comportamento com o passar do tempo. Confesso que estou me esforçando muito para fazer isso, pois tenho consciência que o meu corpo passou a trabalhar de forma mais lenta desde os meus 40 anos, e não posso comprometer a minha saúde em função disso.

Logo, adotar mudanças nos seus hábitos não é algo tão ruim. Só exige um pouco mais de disciplina de sua parte. Jantar mais tarde não é o problema. O que complica a sua vida é comer um boi no rolete a cada jantar. Se você comer em poucas porções, vai se sentir saciado na hora de dormir.

Ou seja, não dá para ser taxativo e estabelecer como regra em pedra que jantar mais tarde sejam sempre más opções. Porém, é possível ganhar em saúde antecipando algumas refeições do dia, o que não é uma má ideia para grupos específicos de pessoas. Eu mesmo prefiro antecipar as minhas refeições por causa da diabetes, e estou optando em fazer a minha última refeição do dia mais cedo do que antes.

Ao longo do dia, bebo muita água (até 3 litros por dia) para equilibrar a sensação da fome e, dessa forma, evitar o temido assalto à geladeira nas madrugadas.


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