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Por que David Duchovny deixou Arquivo X no auge da série

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Olhando em retrospectiva algumas produções televisivas de sucesso, é comum que o público mantenha na memória apenas os momentos áureos, relegando ao esquecimento períodos de instabilidade que marcaram mesmo as séries mais aclamadas da história.

“Arquivo X” (The X-Files), produção que conquistou milhões de espectadores ao redor do mundo com suas tramas envolvendo fenômenos paranormais e conspirações governamentais, viveu um desses momentos críticos quando David Duchovny, intérprete do icônico agente Fox Mulder, decidiu deixar a produção após a sétima temporada, criando um vazio que a série nunca conseguiu preencher adequadamente.

E David Duchovny decidiu finalmente falar sobre o assunto, se pronunciando sobre os motivos que o levaram a deixar a icônica série da Fox quando a produção estava no auge de sua popularidade.

 

Quando aconteceu (e como foi)

O episódio final da sétima temporada, exibido em 21 de maio de 2000, deixou os espectadores em estado de total apreensão com dois acontecimentos impactantes: a abdução do agente Mulder por uma nave extraterrestre e a surpreendente revelação de que Dana Scully estava grávida.

Os dois elementos narrativos criaram uma expectativa extraordinária para o retorno da série, com o público ansioso para descobrir o destino do protagonista masculino e as implicações de sua ausência para a parceira de investigações.

Quando a oitava temporada finalmente estreou, cinco meses depois, a solução encontrada pelos produtores para lidar com a ausência de Duchovny foi a introdução do agente John Doggett, interpretado por Robert Patrick, ator que havia conquistado notoriedade como o antagonista de “O Exterminador do Futuro 2”.

A estratégia era trazer um rosto conhecido para amenizar o impacto da saída de um dos protagonistas originais.

A recepção ao novo personagem ficou muito aquém do esperado, com os fãs demonstrando resistência à nova dinâmica estabelecida. A narrativa tentou contornar o problema revelando que Mulder havia sido encontrado morto em uma floresta, para posteriormente ser ressuscitado no décimo quinto episódio da temporada – uma solução que muitos consideraram forçada e pouco convincente dentro do universo da série.

 

A tentativa de reinvenção (que não deu certo)

A nona temporada representou um afastamento ainda maior da fórmula original que havia consagrado “Arquivo X”. Com Mulder completamente ausente e Scully reduzida a aparições esporádicas, o programa tentou se reinventar com uma nova dupla de protagonistas: o já mencionado agente Doggett e a agente Monica Reyes, interpretada por Annabeth Gish.

Chris Carter, criador da série, aparentemente acreditava que poderia iniciar um novo ciclo narrativo com estes personagens, explorando a temática dos “super soldados” criados pelo governo, mas o público nunca demonstrou o mesmo entusiasmo por esta nova formação.

A falta de conexão dos espectadores com os novos agentes ficou evidente quando o próprio Carter decidiu marginalizá-los nos episódios finais, trazendo de volta David Duchovny e Gillian Anderson para encerrar a trama principal no series finale da série, “The Truth”.

A decisão demonstrou o reconhecimento tácito de que a tentativa de continuar a série sem seus protagonistas originais havia fracassado, e que somente o retorno da dupla Mulder e Scully poderia proporcionar um encerramento satisfatório para os fãs que acompanharam a jornada desde o início.

 

Os motivos para a saída de Duchovny

Diferentemente do que muitos poderiam especular, a decisão de David Duchovny de deixar “Arquivo X” no auge de sua popularidade foi relativamente simples: seu contrato havia chegado ao fim após a sétima temporada, e o ator não demonstrou interesse em renová-lo.

Em suas próprias palavras:

“Por mais que eu ame a série, acho que para mim este é o fim. Sempre acreditei que cinco anos eram suficientes, e sete é mais do que suficiente”.

Além da justificativa contratual, Duchovny também expressou em diversas entrevistas sua percepção de que o arco narrativo de Mulder havia se completado, não restando mais caminhos interessantes a serem explorados para o personagem.

Os dois fatores levaram o ator a buscar novos desafios profissionais, ainda que isso representasse um golpe significativo para uma das séries mais influentes da televisão naquele momento.

O caso de “Arquivo X” é emblemático sobre como séries de longa duração precisam saber o momento de parar enquanto estão relevantes, principalmente quando os seus personagens principais deixam a produção para seguir em frente na vida.

 

Não é mesmo, Grey’s Anatomy?

 

Via Espinof


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@oEduardoMoreira