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Por que estacionamentos robotizados são mais espetaculares que úteis

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Estacionar o carro em uma grande cidade pode ser um enorme problema. A quantidade de carros que é cada vez maior não se alinha com o número de vagas para estacionar, que permanece no mesmo número. E em função disso, algumas soluções aparecem, como é o caso dos estacionamentos robotizados.

Esse tipo de estacionamento possui vantagens e desvantagens típicas de sua filosofia de funcionamento, e entendo que vale a pena conversar um pouco sobre o sistema. Até porque Florianópolis (a cidade onde vivo desde 2018) recebeu um estacionamento desse tipo… que fechou as portas por aqui recentemente.

Vamos então tentar entender por que estacionamentos robotizados são mais espetaculares do que funcionais.

 

 

 

Como funciona um estacionamento robotizado

Funciona da seguinte maneira: os motoristas deixam os seus carros em uma plataformas, e as máquinas dentro do prédio elevam os veículos, que são estacionados em diferentes níveis de altura.

Normalmente estão disponíveis em espaços verticais gigantescos, ocupando prédios inteiros com as suas estruturas. Tudo o que o motorista precisa fazer é abandonar o seu carro e deixar que o robô faça o trabalho pesado.

Em alguns casos, os estacionamentos robotizados são construídos abaixo da terra, e o próprio sistema faz o gerenciamento se o seu carro cabe em uma das vagas disponíveis.

Grandes cidades do mundo como Tóquio, Madrid, Dubai, Seul, Beijing, Nova York e outras contam com estacionamentos robotizados, o que significa que o sistema está se popularizando rapidamente. Então… por que não deu certo em Florianópolis?

 

 

 

Um sistema que possui suas luzes e suas sombras

O funcionamento de um estacionamento robotizado pode ser algo hipnótico para quem ama o mundo da tecnologia. Mas esse efeito visual pode esconder as suas desvantagens.

É claro que um estacionamento robotizado garante que nada vai acontecer com o seu carro, oferecendo uma maior segurança para o veículo e para o condutor. E o sistema é realmente útil quando existe muito espaço na vertical, pois você pode estacionar vários carros em um espaço onde só poderiam ficar cinco ou seis carros na horizontal.

Por outro lado, estacionamentos tradicionais ainda podem abrigar um número maior de carros, mesmo com motoristas que passam longe do bom senso em respeitar a própria vaga na hora de estacionar.

Além disso, estacionamentos robotizados exigem mais tempo para estacionar o veículo, principalmente se o sistema conta com poucas plataformas para elevar os carros, tal e como acontecia no estacionamento de Florianópolis.

E muita gente ainda entende que tempo é dinheiro. Não dá para ficar esperando muito tempo apenas para ter o seu carro suspenso por um elevador robótico. Em alguns casos, pode ser mais prático rodar mais um pouco para encontrar uma vaga tradicional disponível.

Por último (e não menos importante), é preciso contar com a perícia dos condutores. É preciso que os motoristas deixem o veículo posicionado em um espaço específico dentro da plataforma, pois dessa forma você garante que nada acabe esbarrando ou batendo no seu querido carro.

E nem todo mundo que tirou habilitação recentemente conta com essa habilidade toda para estacionar o carro em uma vaga tradicional. Que dirá em um espaço em específico da garagem robotizada.

E tudo isso explica por que os estacionamentos robotizados podem eventualmente fracassar em grandes cidades. Tal e como aconteceu em Florianópolis.


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@oEduardoMoreira