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Por que o Monopoly App Banking pode acabar com a graça do Banco Imobiliário

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A dominância do entretenimento digital não apagou o desejo humano por desconexão. Livros e jogos de tabuleiro sempre foram refúgios contra a hiperconectividade, e não são poucas as pessoas que eu conheço que cultivam esse hábito como uma de suas bandeiras para a saúde mental e até mesmo como hobby de colecionista (no caso dos jogos de mesa).

Mas até esses espaços estão sendo permeados pela tecnologia. A evolução não é nova: xadrez, damas, dominó e outros jogos clássicos já possuíam versões digitais há décadas. Contudo, o avanço atual vai além, integrando apps móveis ao universo físico dos jogos.

O clássico Banco Imobiliário (Monopoly) é o mais recente exemplo dessa tendência, ao lançar uma edição que mescla tabuleiro tradicional com um aplicativo responsável por gerenciar transações financeiras, propriedades e minijogos.

 

Por que o papel moeda vai acabar no Banco Imobiliário?

A Hasbro, a detentora da franquia (que, por sinal, deve desembarcar aos cinemas em breve), justifica a inovação como uma forma de dinamizar partidas, reduzindo a burocracia de notas físicas e introduzindo elementos interativos.

Faz total sentido.

Depois da crise sanitária global de 2020, as pessoas simplesmente abraçaram o dinheiro eletrônico e o internet banking. Eu mesmo me recuso a pegar em papel moeda (e não por questões de saúde – é por vontade própria mesmo), e não me lembro qual foi a última vez que recebi uma nota de dinheiro como pagamento.

Se bem que… eu não conto direito: sou tão quebrado, que não me lembro de ter visto aquela lenda chamada “nota de R$ 200” que o Banco Central lançou.

O app do Banco Imobiliário acelera alguns processos do jogo, como compra de imóveis e realizar pagamentos de aluguel e hipoteca. Ao mesmo tempo, o software oferece alguns desafios extras relacionados ao jogo, como minijogos temáticos, o que torna a experiência mais fluida para crianças.

As propriedades clássicas ganham versões modernas, como plataformas de foguetes e montanhas-russas, refletindo uma tentativa de atrair novas gerações sem abandonar a identidade visual do jogo.

Vale a pena lembrar que não é a primeira iniciativa da Hasbro em aposentar o papel moeda no Banco Imobiliário.

A empresa já estimava que estava ficando cada vez mais difícil imprimir papel para dinheiro de mentira, e em 2016, lançou o Monopoly Ultimate Banking, que contava com um pequeno dispositivo que faz as vezes de caixa automático, validando as transações em dinheiro entre os jogadores.

 

E é claro que teve gente que não gostou…

É indiscutível que um aplicativo oferece vantagens práticas para um jogo que, dependendo do ânimo dos envolvidos, pode levar horas para ter um vencedor. Por outro lado, a incorporação das telas em algo que ainda era um templo intocado do entretenimento gerou uma mais do que esperada controvérsia.

Os mais puristas enxergam os jogos de tabuleiro como uma fuga da onipresença tecnológica, e a dependência de dispositivos pode alienar esse público. E este é um argumento que também faz sentido, já que parte da experiência lúdica e desconectada simplesmente desaparece… para depender de um smartphone.

A Hasbro ao menos ouviu a reclamação desses jogoadores, e promete manter as versões tradicionais do jogo à venda, reconhecendo que a modernização não substitui a experiência original, mas coexiste com formatos clássicos.

O Monopoly App Banking chega primeiro nos EUA e Europa, sinalizando um movimento global de adaptação de clássicos a um mercado que valoriza tanto a nostalgia quanto a inovação.

Não há informações sobre quando essa versão digital do Banco Imobiliário estará disponível no Brasil (por enquanto).

 

Via The Verge


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