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Por que o Moto G35 5G coloca a Motorola em uma grande contradição

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É o que a Motorola afirma sobre o Moto G35 5G. Com todas as letras.

Pode até ser que o modelo seja mesmo o mais potente nos testes registrados pelo AnTuTu ou Geekbench. E algumas pessoas ainda podem se impressionar com os números registrados por essas avaliações de laboratório.

Mas… será que isso realmente é relevante para o grande público? Ou temos aqui mais um clássico caso de um fabricante tentando levantar a bola do seu smartphone para não entregar aquilo que mais importa para o usuário final, que é a melhor experiência de uso possível?

Vamos conversar um pouco sobre isso.

 

O “mais potente” naquelas…

O Moto G35 5G possui um processador Unisoc T760 octa-core de 6 nanômetros, com clock máximo de 2.2 GHz, trabalhando com 4 GB de RAM LPDDR4X e 128 GB de armazenamento interno.

E eu vou fazer questão de ignorar que a RAM Boost existe, já que a Motorola repete a prática nefasta de tentar induzir o consumidor ao erro, dando a entender que o telefone tem 12 GB de RAM totais para uma maior fluidez do Android.

Sim, são especificações interessantes para um dispositivo de entrada. Podem até justificar os números elevados nos testes de benchmark (e eu chego neles daqui a pouco). Mas… será que é tudo isso mesmo?

Será que o Moto G35 5G não fica um pouco atrás do seu principal concorrente no momento, o Samsung Galaxy A06 5G que, em teoria, conta com um processador um pouco mais potente (MediaTek Dimensity 6300)?

Não sei.

Até acredito que o chip da Unisoc pode entregar uma boa experiência de uso. Mas tenho sérias dúvidas de que os processadores da empresa conseguiram superar a MediaTek, que evoluiu de forma competente em diferentes frentes.

Sem falar que o público-alvo do Moto G35 5G não se importa tanto com testes de benchmark. Aliás, ninguém se importa com esses testes hoje.

 

Ninguém liga para o AnTuTu

No passado, o AnTuTu era algo quase obrigatório nos reviews de smartphones, pois os mais exigentes queriam saber a todo custo qual era o processador mais potente, ou o telefone mais veloz.

Mas quando descobriram que algumas marcas estavam trapaceando nesses testes, a cultura do benchmark foi se esvaziando. E dando lugar para o que realmente importa: a experiência de uso no dia a dia.

Então, Motorola… no lugar de tentar inflar os números do Moto G35 5G para algo que é tão útil quanto vegetariano em churrasco, não seria melhor entregar mais anos de atualizações do Android para os dispositivos de entrada?

Aliás, entregar o Moto G35 5G no mercado com o Android 14 quando o mundo esfrega as mãos esperando pelo Android 16 é algo vergonhoso. Esse smartphone não só chega desatualizado, como é capaz de ficar no Android 15… justamente por causa do “tão poderoso” chip da Unisoc.

E isso, porque a Motorola até que tentou: tela FullHD+ com taxa de atualização de 120 Hz, câmera que grava vídeos em 4K (é o único dos telefones de entrada que faz isso), câmera frontal de 16 MP, eSIM, bateria com longa autonomia…

Mas… do que adianta ser o mais potente se ele vai morrer pela obsolescência programada?

É difícil entender as contradições da Motorola…

Muito difícil mesmo.


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