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Por que os remakes live action da Disney podem ter uma vida muito curta

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Nada contra ao live action. Gosto de adaptações bem feitas usando atores reais para interpretar personagens ficcionais que sempre foram apresentados em um outro formato. É uma maneira interessante de expandir um mundo e abrir novas possibilidades. Mas assim como eu afirmei aqui nesse blog que os remakes live action podem ser um desastre para as animações da Disney, esses mesmos remakes correm o risco de contar com uma vida muito curta, pois as chances de tudo dar errado são enormes.

A manobra da Disney é arriscadíssima. Tudo bem, deu certo com os personagens da Marvel e com a Marvel Cinematic Universe (lembrando: são personagens dos quadrinhos, logo, todos os filmes são versões live action dos mesmos). Mas tudo aqui funcionou por motivos de 1) Kevin Feige e 2) a imensa maioria da audiência foi apresentada para esses personagens pela primeira vez.

No caso das animações e dos filmes clássicos, o grande público já conhece os personagens e as suas histórias. Além da mística já estabelecida dessas histórias, uma má adaptação pode fazer com que todas as demais fiquem com o futuro comprometido. E como a Disney quer produzir tais filmes em escala (quase) industrial…

O fato de Mogli – O Menino Lobo funcionar bem no resultado final e junto ao público impulsionou toda uma série de filmes com adaptação live action que pode ter um futuro mais curto do que o esperado se não funcionar de forma consistente com a audiência, e esse é um problema que a Disney terá que administrar muito bem.

No passado, até funcionou bem. Ou você já se esqueceu de 101 Dálmatas, com Glenn Close arrasando como Cruela De Vil. Agora, a vilã recebeu um filme solo, com Emma Stone como protagonista. E por mais que a competência de Stone como atriz esteja mais do que comprovada, o que garante que ela vai ter a mesma carisma que Close em uma personagem tão marcante?

Mas o passado também mostra como essa tentativa de remakes live action pode dar muito errado. O melhor exemplo é Alice no País das Maravilhas (2010) de Tim Burton, que se distanciou demais da mística da história original, com um resultado final que quase beira uma viagem de drogado. Esse filme antecipa vários dos problemas que a Disney pode enfrentar no futuro com esse formato, e que precisa evitar de alguma forma. Ou de todas as formas, caso queira manter o live action vivo na sua estratégia.

Então, fica a dica: o live action nos remakes da Disney pode ter vida mais curta do que o esperado se a empresa não aprender com os acertos e erros do passado. Para mim, a fórmula pode ficar saturada com rapidez se cair no lugar comum. E CGI avançado não vai me convencer. A prova do que eu estou falando é que dificilmente eu vou querer sair de casa para assistir Dumbo. E Aladdin só se salvou no último trailer.


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@oEduardoMoreira