O cenário de criadores de conteúdo está mudando, e 2025 pode ser o ano a marcar o início do fim da Twitch, tal e como conhecemos hoje.
Alguns produtores de conteúdo importantes, como é o caso de Ibai Llanos, estão deixando a roxinha para focar no YouTube, e esse movimento não só é crescente como também aponta para uma “volta às origens” da plataforma de vídeos do Google.
Com alguma sorte, podemos voltar para os conteúdos mais orgânicos e originais, com uma edição menos frenética, como ficou estabelecido pelo TikTok.
Ou podemos ficar com um YouTube totalmente empobrecido de qualidade, com streamers que vão trazer todos os vícios adquiridos em outras plataformas.
Por que isso está acontecendo?
No caso de Ibai, ele não deixou a Twitch por causa de dinheiro.
A roxinha quis renovar com ele nos mesmos termos, e a Kick chegou a dobrar a proposta feita pela plataforma da Amazon.
O que Ibai queria era maior liberdade criativa para explorar vlogs, eventos e viagens, sem estar limitado às demandas de streams constantes de jogos e esportes.
Ele e outros produtores de conteúdo estão tentando resgatar o espírito do YouTube de 10 anos atrás, quando vídeos gravados e editados eram o coração da plataforma.
É uma abordagem mais nostálgica que tenta engajar a audiência de forma mais planejada, oferecendo conteúdos diferenciados e menos dependentes do imediatismo dos streams.
Enquanto isso, a Twitch despenca…
Desde o auge na pandemia, a Twitch enfrenta dificuldades em manter números expressivos e se provar lucrativa para a Amazon.
A plataforma paga pouco para exigir que os streamers fiquem muitas horas no ar. E tem gente que está completamente saturado de tudo isso.
Vários criadores de conteúdo migraram para outras plataformas. Boa parte dos streamers acabaram voltando para o YouTube, que oferece maior versatilidade e monetização mais sustentável.
O Twitch está perdendo alguns dos seus maiores nomes, e sua relevância na internet está seriamente ameaçada. O número de horas de streams ao vivo caiu, assim como o número de assinantes, agravando os problemas financeiros da plataforma.
Por outro lado, a migração de tantos streamers para o YouTube mostra que existe sim uma busca por inovação de formato e ruptura com o modelo atual, que está claramente desgastado para os produtores de conteúdo e também para a audiência.
Se estão tentando buscar um formato que deu certo há 10 anos atrás, é porque o que temos hoje se desgastou de forma até alarmante.
É um movimento que pode redefinir a relação entre o próprio YouTube e os criadores de conteúdo. Quem sabe restabelecer um diálogo que se tornou algo inexistente durante algum tempo, já que as duas partes falavam línguas diferentes.
Com o YouTube não querendo ouvir os produtores de conteúdo, obviamente.
Os streamers muito provavelmente vão repensar suas estratégias, assim como o YouTube, que certamente quer se fortalecer como alternativa criativa na internet.
A volta ao passado é uma resposta a uma demanda cada vez maior por conteúdos originais e bem trabalhados. O resgate do formato tradicional é também um recado claro que nem toda evolução de conceito supera o desejo genuíno do espectador.
Como a Twitch vai fazer para contornar o problema?
Não faço a menor ideia.
A impressão que tenho é que a Amazon quer que sua plataforma de streaming de jogos desapareça por lenta asfixia, já que tudo o que foi feito até agora só serviu para espantar os produtores de conteúdo.
E o YouTube só agradece a iniciativa da Amazon.