Com certeza você já passou pela desagradável sensação de acordar antes do alarme do despertador soar. E lida o dia inteiro com a culpa em poder ter alguns minutos a mais de sono, mas se levantou mais cedo do que poderia ou precisava.
Tal cenário pode resultar em um estresse enorme para o indivíduo que vai ao trabalho ou escola todas as manhas. E é horrível ser o cara estressado dentro do escritório porque perdeu alguns minutos a mais de sono.
A boa notícia aqui (ou ponto de consolo, dependendo do ponto de vista) é que a ciência pode explicar por que isso está acontecendo com você (e comigo, e com todos nós).
A culpa é da proteína PER
Se você se perguntou em algum momento da sua vida por que isso acontece com você, saiba que existe uma explicação científica para tal comportamento. E tem uma coisa que você não sabe, mas que pode ajudar a entender melhor esse efeito: o seu corpo pode sentir o passar do tempo durante o sono.
Isso acontece porque o nosso organismo é controlado pelo núcleo supraquiasmático, que se encontra no centro do cérebro. Ele possui um papel vital em nosso organismo, pois é o responsável pelo controle da pressão arterial, temperatura corporal e, obviamente, a percepção de tempo.
É aqui que entra em ação a proteína PER, que é a que regula o ciclo do sono e da vigília em nosso cérebro. O nível dessa proteína sobre e desce ao longo do dia, se tornando muito mais baixo pela noite.
A consequência disso é que a nossa pressão arterial fica muito mais baixa durante as noites. E é por isso que sentimos sono. E é por isso que você começa a bocejar de forma repentina: por conta da pressão mais baixa.
Se você está acostumado a dormir sempre no mesmo horário e durante um período constante (por exemplo, 7 horas por dia, todos os dias), o seu corpo vai aprender com essa rotina, se adaptando e aumentando os níveis de PER um pouco antes do seu despertador começar a tocar.
Os níveis de PER começam a aumentar no organismo em torno de uma hora antes do alarme do despertador começar a soar. Nesse período, os hormônios são liberados em maior intensidade, preparando o seu corpo para o momento de despertar.
E é por isso que você acorda alguns minutos antes do famigerado alarme começar a tocar.
Existe alguma coisa que pode ser feito para combater esse efeito?
Aparentemente, não.
Estamos falando de uma condição biológica que vai se adaptando com o passar do tempo, e é algo inerente aos diferentes organismos e indivíduos. Ou seja, está incorporado aos seus hábitos.
Logo, a única forma de mudar em maior ou menor grau os efeitos da proteína PER descritos neste artigo é alterando os hábitos e horários do sono. Vale a pena inclusive colocar o despertador para funcionar um pouco mais tarde do que o originalmente programado.
E, mesmo assim, você vai ter que aceitar o fato de que viveu anos ou até décadas acordando no mesmo horário e, por causa disso, terá que lidar em perder alguns minutos de sono de vez em quando.
E tentar compensar isso dormindo até mais tarde durante o final de semana.